sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Raios sem trovoes

A semana terminou comigo dentro do carro, ouvindo música e assistindo um show de raios, mas sem trovoes. Tava afim de ficar sozinha, entao fui até uma parte do Alphaville, que tem uma vista legal, e fiquei lá olhando pro céu, pensando na vida.

Foi uma semana interessante. Corrida, pois fui a Sao Paulo. Viagenzinha gostosa. Mesmo com a correria toda deu pra passar um tempo com os primos, dar umas boas risadas, redescobrir a bronquite que há 12 anos nao se manifestada. Fui recebida com honras (leia-se: lasanha!), e até fizeram adaptaçoes de horário para eu poder pegar carona até o centro. Realmente, hospitalidade nao tem preço. Cumpri minha missao, agora é só aguardar o resultado.

Enquanto isso a volta pra Goiania, bem... tudo na mesma. Um pouco de apatia. Excesso de tempo, talvez? Percebi que de modo geral eu organizo bem meu tempo. Faço tudo o que tenho que fazer bem rápido, dou um jeito de resolver tudo o que é preciso e dae me sobra tempo. E o que eu faço com o tempo que sobra? Pois é, discussao essa que vai ficar pra outro post.

Os raios estavam bem bonitos. Sempre gostei de raios. O clarao no céu é ótimo. Pensei bastante na vida. Passado, presente, futuro. Pensei também em coisas que a terapeuta sugeriu que eu pensasse.... ai, como eu tenho preguiça de encarar certos fantasminhas!

Enfim, sábado é um dia feliz e amanha lá vou eu de novo ficar de babá do Sr. Jean Paul.
Alors, mes amis... ce ça!

sábado, 25 de outubro de 2008

Coisas para as quais eu nasci (ou nao)

De vez em quando na vida a gente se depara com situaçoes nas quais pensamos, "poutz! eu nasci pra fazer isso!". É o tipo de coisa que te dá tanto prazer que nos faz também desejar fazer daquilo (whatever it is) um meio de vida. E, do mesmo modo, outras coisas ou situaçoes simplesmente nao parecem ter sido feitas para nossas vidas.

Hoje passei a maior parte do meu dia falando francês. Francês, pra mim, foi uma língua difícil de ser parida. Eu nao gostava, rejeitava a idéia de ter que aprender uma linguinha tao boiola. Achava os franceses enjoados e metidos (ainda acho que muitos sao mesmo), e também nao acreditava que eu tinha nascido pra falar francês. Bem, ainda nao acho que eu tenha nascido pra isso, hehe....mas... cheguei a uma conclusao interessante hoje.

Eu nasci pra falar inglês, é verdade. Mesmo quando eu ainda nao falava esta língua fluentemente, eu conseguia me enxergar sendo fluent in English. Com francês isso só aconteceu hoje. Como toda a língua exige uma atitude, um personagem um pouco diferente, acho difícil me enxergar falando francês como uma parisienne, bebendo um capuccino à beira do Sena, usando uma echarpe colorida e charmosa e um óculos de lentes bem grandes, enquanto folheio a última ediçao da Vogue. Foi mal galera, mas isso é papel pra outras. Nao que eu nao possa, nao que eu nao consiga. Acredito que se eu realmente quisesse, eu poderia fazê-lo, mas sempre faltaria alguma coisa. Uma leveza de imagem que eu nao tenho.

Seguindo a mesma lógica, sei que nao é todo mundo que consegue andar nas ruas de Washington DC ou Virginia Beach como se fossem dali. Como se ali tivessem nascido e nunca saído. Mesmo os EUA sendo um país tao diverso em sua formaçao, o papel de um "americano médio" ou "típico" me é tao natural quase como fechar os olhos e dormir. Morei no Canadá mais tempo do que nos EUA, mas nunca me senti dali. Talvez tenha sido a tal influência francesa do Quebec. Já os Estados Unidos....desde a primeira vez que pisei naquele território, era como se eu estivesse voltando pra casa, e nao visitando. Dedu-se, portanto, que eu nasci pra falar inglês e isso é incontestável. E, que por melhor que eu um dia fale francês, nunca será tao bom, tao natural como é o inglês.

Depois de refletir sobre essas bobeirinhas e também passar muito tempo ouvindo coisas do tipo, "você tem cara de americana", "você passa por holandesa ou alema facinho!", lembrei da Dona T. Ela é uma das poucas pessoas que nao entra nessa onda de querer adivinhar de que eu tenho cara. Pra ela eu sou goiana. A goiana véia. E...pensando bem, eu gosto de ser goiana véia. Ando pelas ruas dessa cidade como se fossem o quintal de casa, queimo no calor desgraçado de outubro sem reclamar muito, e adoro tirar a jaqueta do guarda-roupa pra usar nos dias de chuva! Êêê Goiais, caba nao... que mané ficar adivinhando o que eu poderia ser ou ter sido. Eu nasci pra ser goiana, entao o jeito é encarar o papel. Ihul!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Da série: Coisas Que Realmente Nao Têm Preço

- Chegar em casa às 3.30 da tarde, no maior calor dessa Goiânia véia, e se jogar na piscina do quintal.... completamente priceless.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Nettoyage

A situaçao é bem simples. E a soluçao, em tese, também é. Meu HD tá cheio, muito cheio. Mas muito cheio mesmo. Tipo... no momento pouco mais de 6 gigas se encontram livres. É muito pouco! Nao sei como, mas nesses ultimos 3 anos consegui juntar um monte de documentos, dos mais variados. Música e fotos compoem a grande maioria. Depois vem os muitos documentos de word, programas, etc... Mas a coisa chegou no limite. Nao dá mais.

Até agora rejeitei a idéia de reformatar a máquina por um simples detalhe. Gosto do meu Windows em francês e, como nao tenho mais o CD de recuperaçao para poder recuperar o Windows nessa lingua, eu teria que abrir mao deste detalhe que, pra mim é importante. É, eu sei que é pura viadagem, mas... a viadagem é minha, o "pobrema" é meu....e o computador também.

Resolvi, portanto, fazer cópias em DVD da maioria dos arquivos, e entao deleta-los para abrir espaço no HD. Vocês têm idéia da chatice que é isso? Grava DVD.... dae confere a gravaçao. E ae deleta arquivo por arquivo pois, nao dá pra mandar um DELETE geral. E o medo de perder alguma coisa?.... meu Deus, por que é tao dificil a gente se livrar do passado, hein? Por exemplo, tem umas fotos que foram tiradas há mais de 2 anos atrás e...pelo menos há mais de 1 ano eu nunca tinha olhado mais esses álbuns. Ou seja, na prática essas fotos sao inuteis, certo? Mas nao. Nao consigo simplesmente apagá-las. Tenho que fazer uma cópia e ter certeza de que a cópia prestou. .....talvez porque o passado seja a referência de quem somos....ou de quem fomos antes de ser quem somos. Faz sentido? Sim ou nao o fato é que aos pouco vou me "livrando" de arquivos como estes.

Antes de ir embora, um comentário óbvio e nada a ver. Ou, e esse calor em Goiania, hein? Credo, ninguem merece!!!

Ah, Nettoyage em francês é Limpeza. Exatamente o que tenho tentado fazer neste meu HD. Tudo para manter o Windows nessa linguinha viadinha....

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A-lonely

Chegou em casa, acendeu a luz e trancou a porta. Contemplou o vazio, como sempre. Foi até a cozinha, que ainda cheirava à comida. Coisa rara. Normalmente aquele cômodo estava organizado e limpo. Sem sinal algum de vida.

Subiu até o quarto. Nada muito diferente. As coisas continuavam como ali ficaram desde a última vez que as viu. Calor. Abre a janela, mas nao adianta. O jeito vai mesmo ser o ar condicionado.

Tarefas corriqueiras tomam o seu tempo. Lava a louça, limpa o fogao, tira o lixo. Enquanto isso a TV ligada "enche" o ambiente. A Rihanna canta, a especialista em cachorros ensina outros a lidarem com os animais, e a apresentadora da CNN parece ter a voz preocupada com a nova queda das bolsas asiáticas. Mas nada chama a sua atençao de verdade. Novela. Isso, a novela! Essa deve ajudar à esquecer um pouco aquele momento. ....mas nao...

Apela e liga pra alguem. O alguem nao está disponível. Acontece....

A saudade aperta. Mas....saudade de que? Nao sabe. Saudade de...alguma coisa. Porque o vazio só parece aumentar ultimamente....

Foge para a internet. Quem sabe nao tem alguem pra conversar no MSN?.... e olha que até tem. Mas... a preguiça é maior. A falta de vontade de falar, ou falta do que falar é maior. Continua ali, mas offline. Para que ninguém note sua existência.

Rivotril... este, que tem auxiliado nestas horas. Porque ainda é melhor dormir do que ser tomado por todos estes sentimentos ainda acordado. 0,5mg já ajudam....apesar de que a vontade mesmo era de tomar umas 2mg.

E por fim o sono chega....como uma deliciosa embriaguez... o corpo fica leve, as lágrimas, ainda inexplicadas, secam.... e a vontade dormir vai aos poucos se tornando cada vez mais imperativa.

Quem venha quarta-feira...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Una Storia Seria

Entao eu voltei a falar italiano. Sim... susperei a raiva que essa lingua maledetta me trouxe e considerei o óbvio que, é só uma língua, muita gente fala e nao dá pra chutar o balde porque um ou outro ser humano da mesmo origem te causou raiva. Graças à Cicci agora falo quase todos os dias.

Sem maiores comentários, resolvi postar a letra de uma música da minha cantora italiana preferida, Laura Pausini, que diz extamente como eu me sinto nesta noite de sexta. Nada deprê.... algo simplesmente light... descuidado, nao preocupado. Perfeito para acompanhar minha combinaçao esdrúxula de vinho, pepsi twist e rum vagabundo....

A música se chama "Una Storia Seria" e faz parte do álbum La Mia Risposta, de 1999.


UNA STORIA SERIA

Butti un sorriso nel caffé (você sorri para o café)
mi guardi ma non pensi a me (me olha, mas nao pensa em mim)
e tu lo fai d'abitudine lo sai (você faz assim pelo hábito, sabes)
parole noi, parole mai (palavras de nós, sem palavras)
in questa storia (nessa história)
che si trascina un pò da sè (que se arrasta assim)
UNA STORA SERIA per me (UMA HISTORIA SÉRIA, pra mim)

E qualche volta io vorrei (e de vez em quando eu queria)
che tu non fossi come sei (que você nao fosse como você é)
ma un pò più grande lo sai (um pouco maior, você sabe)
un pò più vero (um pouco mais verdadeiro)
un pò più mio (um pouco mais meu)
un pò più dolce (um pouco mais doce)
come voglio io (como eu quero)
meno distante da noi (menos distante de nós)
un pò più amante (um pouco mais amante)

Anche il sorriso va via (e até o sorriso se vai)
monotonia, mancanza di energia (monotonia, falta de energia)
non siamo più riconoscibili perdendoci a passi immobili (nao somos mais reconhecíveis, nos perdendo a passos imóveis)
in questa storia (nesta história)
che si fida ancora di te (que ainda confia em você)
UNA STORIA SERIA per me (UMA HISTÓRIA SÉRIA pra mim)

E ti confesso che vorrei (e te confesso que eu queria)
che tu non fossi come sei (que você nao fosse como é)
ma un pò più grande lo sai (mas um pouco maior, sabe)
un pò più vero (um pouco mais verdadeiro)
un pò più mio (um pouco mais meu)
un pò più dolce (um pouco mais doce)
come voglio io meno distante da noi (como eu quero, menos distante de nós)
un pò più amante (um pouco mais amante)

E ti confesso che vorrei (e te confesso que eu queria)
che tu non fossi come sei (que você nao fosse como é)
ma un pò più amante lo sai (mas um pouco mais amante, sabe?)
perché anche l'anima si sa (porque até minha alma sabe)
a volte lo sai non ce la fa (que às vezes, vc sabe, nao consigo)
a stare sola, o no (pra ficar sozinha, ah, nao)
e allora vola e allora vola. (entao voa, entao voa)


Nao levem a música ao pé da letra. Mas o clima de descrença da música é ótimo!

Enquanto isso o vinho, o rum e a pespi vao invadindo minhas artérias, como uma anestesia. Ubbriacca la mia mente di te, eu canto.... Viva!....em breve estarei nos braços de Morpheus...
 
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