domingo, 14 de junho de 2009
Aceitar vs. Controlar
Semana passada entrei numa discussao pseudo-filosófica com o Sr. Pedro sobre o Destino. Tudo começou porque ele disse que só aceitava que eu voltasse para Goiania, nossa cidade natal, se fosse pra "provocar um vendaval naquela cidade". Só para que os leitores entendam, o Sr. P, depois que mudou para a Alemanha, tá com mania de preconceito contra o Brasil, em especial contra a capital do cerrado. O bate-boca todo levou nós dois a falar sobre o tal do Destino... até onde temos controle sobre esta coisa?
Logo chegamos a conclusao de que o Destino é um processo dialético. Um pouco a gente aceita, um pouco a gente muda - ou nao.
Exemplo usado para provar a teoria: eu, Dona Ylana, vi Dona A no Starbucks semana passada. Até entao ela nao me conhecia. Fiquei curiosa em descobrir quem era aquela criatura. Logo que encontrei coragem/momento certo, levantei-me e puxei papo. Conversamos, trocamos emails e... hoje de manha lá estávamos nós duas de novo, tomando café e trocando idéias. Dessa vez com tudo marcado. Moral da história?
O fato de Dona A estar no mesmo lugar e mesma hora que eu foi pura coicidencia/sorte. Fator que eu nao poderia, jamais, ter controlado. Já eu ter levantado da minha poltrona e ir falar com ela é o fator que estava sob meu controle. Eu tive a escolha de ficar quieta ou dar a chance. Eu arrisquei e fui lá, na cara de pau, me apresentar.
Este exemplo simples ilustra perfeitamente o que Sr. P e eu concordamos (no fim da longa discussao). Um montao de coisas na vida a gente nao controla. Nao controlo o fato de o dia hoje ter sido chuvoso. Mas escolhi sair de casa. Isso provocou uma série de açoes em consequencia. E assim, das coisas mais simples as mais complicadas, vivemos essa dialética. Agir e Re-Agir frente aquilo que nos é apresentado.
Essa discussao me fez pensar muito. Que fatores, por exemplo, controlou Napoleao em sua vida? Ou mesmo alguém como...digamos, Xuxa? Essas pessoas ganharam uma importancia que, bem provavelmente, nunca pensaram que teriam. Será que gente "grande" assim sente que estava predestinado a algo e faz com que isso aconteça? Pense em quantas atrizes estao servindo mesas nos arredores de Hollywood e pensando que seu lugar, na verdade, seria a capa de uma revista de fofoca? Será que adianta sentir-se predestinada/o a coisas grandes?
Nessa mesma linha de pensamento, voltei o raciocínio para um universo micro. Esse, o que eu vivo. De vez em quando esbarramos com pessoas que mudam nossa vida. As vezes elas permanecem conosco de alguma forma, as vezes se vao. As vezes somos as pessoas que mudam a vida de alguem. E mesmo sem nem ter aparecido na televisao, revista de fofoca ou jornal, esses ilustres desconhecidos provocam revoluçoes em nosso universo particular.
O domingo frio e chuvoso termina, dando lugar para mais uma semana. Amanha começa tudo de novo. Trabalho, aula, textos, onibus, passos, sorrisos, cafés... Vou olhar a previsao do tempo, revisar a agenda e fazer planos. Qual será meu Destino esta semana?
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7 comentários:
Gostei. Post filosófico sem grandes vigens e com conclusão meiga.
Como seria minha vida sem vc hein?
Concordo!
Primeira vez aqui! Adorei o blog!
Bjão!
Maura.
Eu acho que é isso que faz a vida ser tão interessante, essa oferta de acasos que nos dá a chance de aproveitá-los da melhor maneira que conseguirmos.
Eu costumava dizer que a existência do destino nega a existência do pecado, e vice-versa. Esse seu texto me deu alguns novos horizontes, serião. Beijo.
Retificando um dado importante... tristeza de Goiânia eu nao adquiri após chegar em terras germânicas... era coisa prévia. A diferenca é que agora eu tenho base de comparacao... e neste momento, estou pensando em capacidade de deslocamento urbano. rss
Não acredito em acaso ou coincidência. Acredito que todo mundo com quem estabelecemos contato durante nossa existência, por menor que ele seja, ou seja ele qual for, é por algum motivo. Nem sempre compreendemos a razão das coisas, mas a graça pode ser exatamente essa. O desconhecido nos possibilita o livre arbítrio e nos sentirmos livre dentro de uma liberdade aparente nos faz crer que temos domínio sobre algo que não está em nossas mãos. A vida é sim feita de escolhas, concordo. Mas não existem escolhas certas ou erradas, existem as que retardam e as que aceleram o processo de cada um, mas o resultado final(acredito eu) é inalterável. A estrada que decidimos/escolhemos percorrer durante nossos dias definem nossas vivências, as flores do caminho, as pedras no sapato, mas o lugar onde chegaremos permanece o mesmo. Pronto, definido, com nossos segredos guardados e nossa paz nos servindo um café.
PS: Já acreditei mais nisso, confesso ;)
seu destino será um Dark Mocca Frapuccino!
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