Pronto, cheguei. Quer dizer... desde sexta to aqui já, suando no calor de Goiania que, hoje, deu trégua.
Chegar em Goiania é sempre especial... sempre tem filé mignon com arroz branco me esperando - junto com outras 20 pessoas entre familiares e amigos. Tem meu gato, o Bafao, que adora ver minha mala aberta pra se enfiar ali. Tem eu desesperada tirando tudo da mala e jogando na cama, distribuindo os presentes, desempacotando os 5 vinhos e os 3 piscos enquanto falo sem parar. Conto da viagem, do voo que estava vazio, de que eu acordei as 3.30 da manha e nao dormi nada e que li 5 capítulos do livro que trouxe. Explico que ganhei de presente a gravata que estou usando, abraço todo mundo, sorrio, tiro foto. Passo na cozinha e pergunto se minha tia e minha avó precisam de ajuda e depois vou em cada rodinha de conversa e socializo com quem ali está. Olhando no olho de cada um pergunto como vao as coisas, lamento as mortes do ano (foram muitas!), conto alguma história engraçada pra manter o nível de descontraçao. Até que finalmente é hora de comer...
O resto do fim de semana segue o mesmo ritmo. Gente entrando e saindo da casa, desde cedo. Tem pao especial, café brasileiro que eu adoro. Nao to nem ae e desço de pijama mesmo, com cara amassada. Dou papo pra todo mundo e peço licença. É hora de fazer uma "apariçao oficial" na igreja aonde frequentam uns amigos com quem eu cantava quando criança. Apareci de surpresa. Levei meia hora para chegar do carro ao lugar aonde me esperava Dona L. Muita gente que há muitos anos eu nao via. Dispenso a atençao devida a cada um, dou abraços, risadas, anoto telefones e prometo que vou ligar para marcar uma saída.
Sábado a tarde é só festa. Eu completamente sem sono... até que minha tia resolve, já no fim da tarde, que é hora de eu aprender a fazer Hallah, o pao de sábado.
"Mas tia, só pode comer Hallah no Shabat. Nao posso fazer isso hoje!"
"Nao to nem ae! Terça eu faço a cirurgia de reduçao do estomago e ae nao vou poder fazer Hallah sexta que vem. Vamos logo, se mexe!"
E ae a gente vai amassar o pao... melhor exercicio do dia! Cansei tanto que brochei de sair.
Domingo seguiu o mesmo ritmo. Comida, gente, calor, vinho e piscina...ah, a piscina! Como tava boa essa! Bebi horrores de vinho, e ao sentir que o alcool estava subindo, tirei a roupa e pulei na água - óbvio que desde a hora que acordei já coloquei bikini!
No fim do dia, quando se foram todos... eu já estava acabada. Minha opçao foi me jogar em cima da cama e tirar uma soneca revitalizadora.
Segunda trouxe o panico de férias que eu sempre sinto. NADA PRA FAZER!!! AAAHHHH....SOCORRO!!! Entro em panico sim ao pensar que nao tenho nenhuma obrigaçao, nenhum compromisso, nenhum horário, nada. E por isso saio correndo buscando algo que me ocupe, porque meia hora pela cidade e já me sinto louca, com medo do tédio.
Essas ruas que tao bem conheço, esses caminhos que faço sem pensar, as paisagens que nao sao novidades. Me confortam e me assustam ao mesmo tempo. Tudo é familiar.... provocam memórias, várias delas....e por isso geram esse feeling difícil de explicar, que é o tédio junto com o conforto de voltar "pra casa". Entre aspas porque já nao sinto que a casa seja minha. O que um dia foi meu quarto é hoje um ambiente tao organizado e esterelizado (thanks, mom!) que nao tem minha cara. Só os livros da prateleira e algumas fotos mantem a evidencia de que um dia aqui vivi. E por isso em 5 minutos bagunço tudo...para que assim volte a ter identidade. A MINHA identidade.
E eu poderia passar o resto da noite fazendo um ensaio sobre identidade familiar, nacional, etc....mas nao vai rolar. Porque tanto agito resultou em uma, sim só UMA, amigdala muito inflamada e uma dor no corpo sem explicaçao. Entao é hora de admitir o cansaço, mesmo que custe... e ir dormir mais cedo. Curtir minha cama grande e o silencio. Just enjoy my sweet home.
1 comentários:
Ai Yla... tbm estou na casa dos meus pais e tá todo mundo aqui, inclusive o Will. Pensa como não tá né?
Espero vcs em Sampa, viu?
Beijos.
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