Nessa viagem eu finalmente conheci o deserto, que eu tanto queria. Me apaixonei pelas cores amareladas e vermelhas da terra arenosa. A paisagem árida que, para mim é também misteriosa, me atraiu como um ímã a um alfinete. Parece que eu sempre havia pertencido àquele lugar. O deserto - tanto o Atacama quanto o do Sul da Bolívia - nao é necessariamente quente. Nada de morrer de calor. Uma porque ambos estao há alguns mil metros de altitude, o que contribui. Outra porque ainda é inverno nesse continente. Mas durante o dia sempre rola um sol brilhando, iluminando tudo com uma luz divina. A radiaçao solar é muito forte e amém pelos bloqueadores. O Atacama, o deserto mais seco do mundo, oferece paisagens de outro mundo.
A volta ao Chile, em San Pedro (de Atacama), teve gosto de volta pra casa. Ali eu entendia melhor as pessoas e o sotaque e as opçoes do menus dos restaurantes eram familiares. Antofagasta foi similar, e ali, alojados de frente ao mar do Pacífico, passamos 4 dias descansando sem nenhum tipo de compromisso, a nao ser de dormir muito e comer bem.
Agora a paisagem mudou. Em vez de mar, tenho a cordilheira dos Andes, junto com as várias avenidas de Las Condes, tao conhecidas para mim. Entre desfazer as malas, separar roupa suja de limpa e colocar fotos nas redes sociais da internet, penso no frio que faz e me irrito levemente. O apt está vazio. Chappy está para os EUA, e Monsenhor foi subir um morro cheio de neve. Tenho para mim todo o tempo do mundo para re-adaptarme a minha própria companhia.
Chega de lamentaçoes. Fotos existem para isso. Tratamos de congelar certos momentos para dar uma maozinha na memória que, um dia falha. 600 e nao sei quantas fotos tem essa missao hoje. De me lembrar o tanto que a vida com sol e calorzinho pode ser boa e...amanha, com a volta ao trabalho e estudos, começo a esquecer tudo.
1 comentários:
Bem vinda à Terra. Te garanto que amanhã será um dia muito, muito triste. Boa sorte!
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