Toda cozinheira - gente que sabe e gosta de cozinhar - costuma ter uma especialidade. Aquela uma ou outra coisa que a pessoa manja bem e todo mundo elogia, acha fantástico e tal. A minha sao as massas. Em especial, os molhos. Mais ainda depois que a Kell me ensinou fazer molho de tomate natural - sim, a versao que voce compra os tomates e transforma eles de sólido a líquido.
Semana passada, com pressa, fome e sem os ingredientes certos em casa, errei feio num molho. Fiz um molho branco que ficou péssimo e sem graça. Faltou alho, faltou tempero, faltou tudo. Aí, pra tentar consertar, joguei um molho de tomate desses prontos. Ficou rosa. Em geral eu gosto de molho rosa mas o problema nao era a cor, e sim o sabor. Quer dizer, a falta deste. Insisti e joguei o ravioli de espinafre e queijo - comprado pronto também e rezei para que a mistura desse certo. Errei. Ploft. Nao prestou. R comeu e disse que tava bom - garoto educado! Eu comi e achei tudo péssimo. O problema nao é a falta de sabor e sim como o fato de fazer um molho ruim afeta a minha alma cozinheira.
Desde que comecei a trabalhar, por razoes bem óbvias, passei a cozinhar menos. Minha vida de housewife intelectual ficou pra trás - gerando, inclusive, umas reclamaçoes de terceiros - e nunca mais fiz algo elaborado e realmente gostoso. O problema é que no próximo fim-de-semana, na sexta, faremos outra ediçao de nossa tradicional Cena Gastronomica (Janta Gastronomica) e dessa vez eu que estou responsável pelo prato principal. Pediram o que eu faço de melhor - ou assim dizem, pelo menos: Lasanha!
Lasanha leva molho. E daí meu estresse. Eu preciso fazer um molho que preste. Mas depois da experiencia do molho rosa sem graça que me deu nos nervos a ponto de eu jogar a metade da bagaça fora, fiquei com medo de fazer molho. No entanto, como toda pessoa griladinha e impulsiva, ao passar no supermercado hoje, nao resisti e comprei os ingredientes certo. Carne moída, molho semi-pronto - vou deixar pra fazer o natural no dia da lasanha - cebola, alho, etc. Cheguei em casa inspirada. Liguei o som numa rádio de rock clássico e mandei ver.
(Leia imaginando a cena)
Descasca o alho, amassa com sal. Corta a cebola bem fininha. Refoga a cebola até ela murchar bem. Adiciona o alho...refoga mais. Joga a carne...sente o cheiro maravilhoso de tempero que invade o apartamento inteiro.
Sem pensar muito, joguei ainda umas pimentinhas - mesmo assim faltou ají, uma versao grande da pimenta dedo de moça - e outras ervas que achei no armário. Tudo correndo, sem cuidado. Minha fome me guiava. Até alecrim - um pouquinho - eu joguei nesse molho. E pensa num trem que ficou bao! Tá louco! Quando finalmente fui provar, quis comer a panela inteira.
Agora estou aqui, revivendo momentos de housewife - dessa vez um pouco menos intelectual - enquanto o macho nao chega. Vamos ver se repito a façanha na sexta...
=P
P.S. Notei uma falta de posts tratando de temas complicados e filosóficos. O trabalho emburrece, minha gente... ah, essa é uma ideia guardada pra um post.
4 comentários:
Pra mim, molho é:fritar a carne no alho, sal, cebola e depois encher de creme de leite e catchup! não sou de cerimonias. hauahua
Ô... tem uma lasanha de beinjela que eu faço q sempre faz sucesso. Modéstia à parte, ela é maravilhosa mesmo!
Lasanha com bicho só faço a com peito de peru já que me nego a manusear restos mortais. Os meninos também adoram essa!
esse post me deu uma luz sobre o que comeremos no fim de semana. Nham nham!
Beijos!
Não devia ter lido este post com a fome que estou...
Putz, com todo respeito.
Não se se você é de fato uma garota ou se trata de um pseudônimos/heterônimos ou algo que o valha...
(Não é uma cantada...)
Porém queria trocar idéias com você sobre umas experiências, como posso fazê-lo?
Desde já, grato!
Iury
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