Estou rouca. Desde sexta-feira que minha habilidade de conversar tem sofrido sérios reveses por conta de uma gripe que chegou devagarinho, me enganando, e agora me pegou de vez. Mesmo assim eu me recuso a me sentir gripada, sem alterar nada por conta disso.
Minha voz nao colabora, e quanto mais eu forço (porque afinal eu sou assim mesmo), pior fica. Ainda na sexta, depois de passar o dia falando que nem uma desmiolada e chegar ao fim do dia realmente afônica, apelei para umas receitinhas caseiras de gargarejo da vovó. Que coisa horrível! Agua quente com MUITO sal e limao. ARGH!!!....mas naquela altura eu estava desesperada, queria minha voz de volta. Mesmo porque sem esta eu nao poderia comparecer ao meu compromisso de sábado de manha, no qual o uso de minha voz era absolutamente indispensável.
O gargarejo funcionou, e eu acordei falando.
Mas nao adiantou muito... 2 horas depois (compromisso cumprido), a coisa estava feia de novo. Tosse, tosse e mais tosse. E pouca voz. Decidi partir para um regime de economia e me abster de falar bobagens. Algo praticamente impossível.
Pra ajudar, o meu irmao resolve aparecer numa visita quase surpresa, e como é de praxe, ficamos conversando até as 4 da matina. Oooo vidinha...
Acordei melhor hoje. Ainda rouca, porém em níveis mais aceitáveis. Essa porcaria de rouquidão já dura há tanto tempo que eu acostumei com essa minha voz desafinada e feia. Estranho, porque no primeiro dia eu me sentia uma dominada cpor ETs. Era como se eu tivesse sido abduzida e alguém tivesse morando dentro do me corpo, falando por mim, com aquela voz horrorosa. Agora eu nem lembro mais como era minha voz original... será que um dia ela volta?
Sem muita "filosofação", pois quero começar a ler o livro que eu acabei de comprar, essa história toda de voz me fez pensar nas questões que envolvem a expressao pessoal dos seres humanos. Ser privado de falar o que quiser, de poder falar, faz a gente reavaliar certas coisas. E pensar também se nao poderíamos ouvir mais e falar menos....
Nao existe liçãozinha de moral para este post. Só mesmo este devaneio óbvio e cliché. Lá vou eu... Freud me aguarda.
domingo, 30 de março de 2008
sexta-feira, 28 de março de 2008
London, London bridge...
How come everytime you come around my London, London bridge wanna go down??
Porcaria de música que nao sai da minha cabeça..... eu mereço!!!
Porcaria de música que nao sai da minha cabeça..... eu mereço!!!
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Porcarias inevitáveis
Adultinha...
Nada como ir a um vernissage, bater papo com artistas, comer canapés e beber champagne, e ainda terminar a noite tendo uma discussao madura sobre a relaçao. Tudo ao lado de uma pessoa que realmente vale a pena.
To me sentindo uma adultinha!
Te amo, baby!
To me sentindo uma adultinha!
Te amo, baby!
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Evoluçao,
Love's in the air,
Mudando de Fase
quarta-feira, 26 de março de 2008
Criando expectativas...
Estou estudando pra um tal concurso ae. Apesar de ter dito que eu nunca quis prestar concurso na vida - e é verdade - aqui estou eu, estudando pra prestar um único concurso que realmente me interessa.
Hoje, sem aviso prévio, me deram um simuladinho de prova de concurso pra fazer. Chegaram com a prova de inglês e português de um tal concurso do CGU e disseram: "faz ae pra gente vê como vc se sai". Nao questionei. Apenas fiz a prova....e terminei em cerca de meia hora.
Lembrem-se que eu nao havia estudado nada dessa matéria, nao conhecia o conteúdo e nem sabia como era prova de concurso, uma vez que até hoje eu nunca tinha feito nenhuma prova do tipo. Resultado? De 21 questoes respondidas acertei 20. Not bad, huh?
Sim, eu sei que nao serve de base pra nada. Achei a prova fácil e...convenhamos, provas de inglês e português sempre serao uma das mais fáceis pra mim. Mas teve baum... nada como coisinhas assim pra deixar a gente feliz, aumentar a auto estima e motivar.
Minha psicóloga diz que eu vou passar no tal concurso. Espero que ela esteja certa. Sei que ela deve estar usando a técnica de motivar e tal, mas mesmo assim eu acho bom ouvir isso. Ao mesmo tempo rola aquele medinho de decepcionar. E se eu nao passar? Ah neim....
Mas enfim...continuo estudando pro tal concurso. Nao o suficiente, mas pelo menos agora tenho mais vontade do que no dia em que comecei a descobrir o que era Direito Administrativo. E agora nem parece tao chato como antes.
Lá vou eu....estou lendo a Constituiçao Brasileira....hmmmm....
Hoje, sem aviso prévio, me deram um simuladinho de prova de concurso pra fazer. Chegaram com a prova de inglês e português de um tal concurso do CGU e disseram: "faz ae pra gente vê como vc se sai". Nao questionei. Apenas fiz a prova....e terminei em cerca de meia hora.
Lembrem-se que eu nao havia estudado nada dessa matéria, nao conhecia o conteúdo e nem sabia como era prova de concurso, uma vez que até hoje eu nunca tinha feito nenhuma prova do tipo. Resultado? De 21 questoes respondidas acertei 20. Not bad, huh?
Sim, eu sei que nao serve de base pra nada. Achei a prova fácil e...convenhamos, provas de inglês e português sempre serao uma das mais fáceis pra mim. Mas teve baum... nada como coisinhas assim pra deixar a gente feliz, aumentar a auto estima e motivar.
Minha psicóloga diz que eu vou passar no tal concurso. Espero que ela esteja certa. Sei que ela deve estar usando a técnica de motivar e tal, mas mesmo assim eu acho bom ouvir isso. Ao mesmo tempo rola aquele medinho de decepcionar. E se eu nao passar? Ah neim....
Mas enfim...continuo estudando pro tal concurso. Nao o suficiente, mas pelo menos agora tenho mais vontade do que no dia em que comecei a descobrir o que era Direito Administrativo. E agora nem parece tao chato como antes.
Lá vou eu....estou lendo a Constituiçao Brasileira....hmmmm....
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Coisas que fazem meu dia,
Momento lá lá lá
terça-feira, 25 de março de 2008
Tic, Tac, Insônia - confissoes de alguém que foi chamada de ranzina no meio de um ataque de falta de sono
*****DISCLAIMER*******
Para que este post tenha um efeito mais real para o leitor, recomenda-se a leitura na maior velocidade possível
EU NAO CONSIGO DORMIR!!!! E isso me deixa profundamente irritada. Odeio deitar e nao conseguir dormir. Estou rolando na cama faz tempo, e nada. Minha cabeça me atormenta.
O nariz coça... a posiçao nao está exatamente confortável... a garganta dói. Tic e tac eu ouço o relógio. A garganta dói de novo. Tosse. Argh, que droga! Eu até fiz a porcaria de aula de yoga hoje pensando que ia dormir bem pois, afinal, yoga sempre me faz dormir bem! Será que teve o efeito contrário? Ou será que foi porque eu to sem meus remédios? Ah, isso com certeza tem a ver, porque eu sei que o tegretol ajuda a relaxar. Ajuda a ser menos obsessivo também - pelo menos diz na bula. Tá, tá....vamos tentar uma técnica de relaxamento aprendida nas aulas de yoga. Deite-se numa posiçao bem confortável - uau, posso até ouvir o professor falando! Imagine uma névoa azul celeste envolvendo seu corpo - hmmm...diabo de névoa, tá adiantando pra nada. Enquanto eu imagino essa p**** dessa névoa tem gente saindo com outro. Eu sei do que eu tô falando, nao vou explicar. E o pior é que nem posso culpar minha inquietaçao nisso. Hoje, por incrivel que pareça, isso quase nao me incomoda. Entao....o que me incomoda?
Ah, tah...estávamos na névoa azul celeste, ne. Ok, ok...meu corpo tá relaxado! O problema aqui nao é falta de relaxamento. Meus músculos vao muito bem, obrigada. Só a cabeça que nao. E falando em músculos... eu sinceramente acho que eu era mais feliz quando malhava 7 horas por semana. Era tudo de bom acordar cedo, ir pra academia, suar horrores. Depois, dia de quarta, jogar 2 horas de futebol com as meninas. Eee saudade. Pelo menos eu gastava energia!!!... será que é esse o problema? Energia acumulada? Mas....por que essa porcaria de energia nao se transforma em inspiraçao pra eu escrever aquele negócio que eu tenho que escrever (que nao é o blog)?
Ah, o pneu furou entao....hmmm....maldita desculpa plausível. Penso naquilo que me disseram, que eu "caço" briga à toa, pra poder estimular o cérebro. Será que é verdade? Juro que nao é de forma consciente.... ainda mais no momento, quando tudo o que eu queria era dormir!
Barulho....barulho do silêncio...nenhum carro na rua. Barulho do computador... barulho do meu tornozelo estralando. Ai minha garganta...
Fasciutta initiating obsessive mode. Ligaçoes nao atendidas aumentam minha frustraçao. Ligaçao atendida e voz feliz do outro lado, fingindo que está tudo bem e nada aconteceu também aumentam minha frustraçao. Por que? Essa eu juro que nao entendo....
Barulho do pé batendo no outro... vontade de pular pela janela.... ou de bater a cabeça na parede. Hmmm...essa de bater a cabeça na parede é uma constante. Lembro de sentir esse desejo desde criancinha. Vai entender....
Pronto!!!! PRONTO!!!....apelei! Chega!!!!
Já que nao respondem minhas mensagens, que minha garganta nao pára de doer, que eu vou ter que ir na p**** da aula de yoga amanha cedo sozinha e que ninguém além de mim parece realmente se importar com a minha insônia (oh, drama!), eu desisto. Vou apelar pra melhor das soluçoes. Um comprimidinho chamado Rivotril. Eu bem que preferia sofrer um surto de inspiraçao e ser útil agora mas... let's face it, it ain't gonna happen. Entao, Rivotril na veia... ou melhor, na boca. Tá aqui. Metade de 1/4 de comprimido....aproximadamente 25mg de sono perfeito... e lá vou eu...
Sweet dreams...
Para que este post tenha um efeito mais real para o leitor, recomenda-se a leitura na maior velocidade possível
EU NAO CONSIGO DORMIR!!!! E isso me deixa profundamente irritada. Odeio deitar e nao conseguir dormir. Estou rolando na cama faz tempo, e nada. Minha cabeça me atormenta.
O nariz coça... a posiçao nao está exatamente confortável... a garganta dói. Tic e tac eu ouço o relógio. A garganta dói de novo. Tosse. Argh, que droga! Eu até fiz a porcaria de aula de yoga hoje pensando que ia dormir bem pois, afinal, yoga sempre me faz dormir bem! Será que teve o efeito contrário? Ou será que foi porque eu to sem meus remédios? Ah, isso com certeza tem a ver, porque eu sei que o tegretol ajuda a relaxar. Ajuda a ser menos obsessivo também - pelo menos diz na bula. Tá, tá....vamos tentar uma técnica de relaxamento aprendida nas aulas de yoga. Deite-se numa posiçao bem confortável - uau, posso até ouvir o professor falando! Imagine uma névoa azul celeste envolvendo seu corpo - hmmm...diabo de névoa, tá adiantando pra nada. Enquanto eu imagino essa p**** dessa névoa tem gente saindo com outro. Eu sei do que eu tô falando, nao vou explicar. E o pior é que nem posso culpar minha inquietaçao nisso. Hoje, por incrivel que pareça, isso quase nao me incomoda. Entao....o que me incomoda?
Ah, tah...estávamos na névoa azul celeste, ne. Ok, ok...meu corpo tá relaxado! O problema aqui nao é falta de relaxamento. Meus músculos vao muito bem, obrigada. Só a cabeça que nao. E falando em músculos... eu sinceramente acho que eu era mais feliz quando malhava 7 horas por semana. Era tudo de bom acordar cedo, ir pra academia, suar horrores. Depois, dia de quarta, jogar 2 horas de futebol com as meninas. Eee saudade. Pelo menos eu gastava energia!!!... será que é esse o problema? Energia acumulada? Mas....por que essa porcaria de energia nao se transforma em inspiraçao pra eu escrever aquele negócio que eu tenho que escrever (que nao é o blog)?
Ah, o pneu furou entao....hmmm....maldita desculpa plausível. Penso naquilo que me disseram, que eu "caço" briga à toa, pra poder estimular o cérebro. Será que é verdade? Juro que nao é de forma consciente.... ainda mais no momento, quando tudo o que eu queria era dormir!
Barulho....barulho do silêncio...nenhum carro na rua. Barulho do computador... barulho do meu tornozelo estralando. Ai minha garganta...
Fasciutta initiating obsessive mode. Ligaçoes nao atendidas aumentam minha frustraçao. Ligaçao atendida e voz feliz do outro lado, fingindo que está tudo bem e nada aconteceu também aumentam minha frustraçao. Por que? Essa eu juro que nao entendo....
Barulho do pé batendo no outro... vontade de pular pela janela.... ou de bater a cabeça na parede. Hmmm...essa de bater a cabeça na parede é uma constante. Lembro de sentir esse desejo desde criancinha. Vai entender....
Pronto!!!! PRONTO!!!....apelei! Chega!!!!
Já que nao respondem minhas mensagens, que minha garganta nao pára de doer, que eu vou ter que ir na p**** da aula de yoga amanha cedo sozinha e que ninguém além de mim parece realmente se importar com a minha insônia (oh, drama!), eu desisto. Vou apelar pra melhor das soluçoes. Um comprimidinho chamado Rivotril. Eu bem que preferia sofrer um surto de inspiraçao e ser útil agora mas... let's face it, it ain't gonna happen. Entao, Rivotril na veia... ou melhor, na boca. Tá aqui. Metade de 1/4 de comprimido....aproximadamente 25mg de sono perfeito... e lá vou eu...
Sweet dreams...
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Falta de sono,
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segunda-feira, 24 de março de 2008
Bagagem?
Olá minha gente! Após um período sem postar, estou de volta. Nao vou explicar o motivo pois a 3 pessoas que lêem esse blog já sabem, hehe!
Entao, cá estou eu. De volta na frente deste computador, com dor de garganta começando (obrigada Sra. T) e pensando no que escrever. Me ocorreu de escrever sobre ex-namorados(as).
Esses dias tive um sonho estranho, com a ex do Canadá. Lá estava eu, em Montreal, em pleno verao, admirando o ceu azul, lindo, quando de repente a atual "falecida" me aparece. Nao lembro exatamente o que aconteceu ou como, mas sei que rolou uma conversa um pouco estressante, provavelmente relacionada ao passado, e depois, quando tudo tinha sido resolvido, saímos para andar e bater-papo. A presença da Fulana ainda nao foi agradável, no entanto, suportável. No sonho lembro-me de pensar o tempo todo na atual, e sentir-me como se eu tivesse realmente evoluído de fase!
Acordei no outro dia pensando se o tal sonho nao seria um sinal de que eu deveria entrar em contato com esta pessoa, só pra garantir que está bem. Decidi que nao. Se algo realmente ruim tivesse acontecido eu ficaria sabendo, certo? E se nao ficasse, bem...melhor pra mim. De todo jeito só ganhei com a situaçao. Ainda acho que a distância desta pessoa só me faz bem.
Por outro lado existe um outro ex da minha vida, o violinista. Com este eu nao sonho há séculos, mas sempre que dá estamos em contato. Adoro ele. Lembro deste ser com muito carinho, sempre. Ele merece tudo de bom por ser uma pessoa tao maravilhosa. E mesmo com tudo isso ele virou ex.
Nao vou aqui discutir as condiçoes ou circunstâncias que levaram estes dois seres em particular a se transformarem em EX. Andei pensando esses dias na "bagagem" que cada relacionamento deixou. Esse termo "bagaem" é muito usado no inglês, sempre no termo negativo. Quando alguem has too much baggage, é porque foi sacaneado e traumatizado por algum (ou alguma) ser humano impiedosa e insensível e agora este alguém é um bundao que nao consegue se entregar. Ooohhh, quanto drama!
Bem, se você já esteve em mais de um relacionamento amoroso nessa vida e pelo menos um deles durou um tempinho suficiente pra você se apaixonar (ou desapaixonar), você com certeza tem bagagem. Essa bagagem que eu chamo de experiência, nao necessariamente ruim, mas tendendo para este lado.
Será que eu tenho bagagem? Com certeza. O destino nos cobra a bagagem que colocamos nos outros, mandando, às vezes, caixas de excesso de peso. Acho que é algo que faz parte da vida. É a velha e lógica cliché do "aqui se faz, aqui se paga". Você, amigo chifrador, fique tranquilo. Um dia vao te chifrar também, se é que o sua atitude já nao é uma reaçao a um chifre prévio. Apenas um exemplo...
O "problema" de ter passado por alguns relacionamentos é que você entende que por mais que você se concentre na pessoa com a qual está no momento, eventualmente você se pega agindo (ou reagindo) como antes. Seja por alguma coisa que ele/ela falou num momento particularmente sensível e você apelou e a outra parte fica sem entender. Bote a culpa na bagagem. Diga, "meu amor, foi mal. O problema é a bagagem que pesou".
Como uma eterna crente de que as pessoas mandam em si mesmas e em seus próprios destinos, eu proponho uma política de administraçao de bagagens. Primeiro: vamos admitir logo que esta existe e nao irá embora. Segundo: sempre existirao ex-namorado(as), seus ou dele(a). E sempre vai ter um que marcou mais e você vai ter que aturar as "lindas" histórias de amor de quando eles eram felizes. Terceiro: nao esconda as suas também "lindas" histórias de amor. Afinal, direitos iguais! Quarto: Respire fundo e pense que o que importa é agora, quem você ama no momento e aonde está sua lealdade. E claro, exija confirmaçao dos sentimentos da outra pessoa (mas nao abuse!). Ter certeza de algo é muito bom. E por último, quinto: confie desconfiando. Valorize a certeza que você já tem, mas mantenha os olhos abertos. O fato é que todos estamos destinados a falhar e a decepcionar, e nada melhor do que um relacionamento para expor estas tendências humanas.
Ih, será que eu falei muita besteira? Principalmente neste último item? Ficou meio pessismista, né.... vai entender, deve ser a minha bagagem....
Entao, cá estou eu. De volta na frente deste computador, com dor de garganta começando (obrigada Sra. T) e pensando no que escrever. Me ocorreu de escrever sobre ex-namorados(as).
Esses dias tive um sonho estranho, com a ex do Canadá. Lá estava eu, em Montreal, em pleno verao, admirando o ceu azul, lindo, quando de repente a atual "falecida" me aparece. Nao lembro exatamente o que aconteceu ou como, mas sei que rolou uma conversa um pouco estressante, provavelmente relacionada ao passado, e depois, quando tudo tinha sido resolvido, saímos para andar e bater-papo. A presença da Fulana ainda nao foi agradável, no entanto, suportável. No sonho lembro-me de pensar o tempo todo na atual, e sentir-me como se eu tivesse realmente evoluído de fase!
Acordei no outro dia pensando se o tal sonho nao seria um sinal de que eu deveria entrar em contato com esta pessoa, só pra garantir que está bem. Decidi que nao. Se algo realmente ruim tivesse acontecido eu ficaria sabendo, certo? E se nao ficasse, bem...melhor pra mim. De todo jeito só ganhei com a situaçao. Ainda acho que a distância desta pessoa só me faz bem.
Por outro lado existe um outro ex da minha vida, o violinista. Com este eu nao sonho há séculos, mas sempre que dá estamos em contato. Adoro ele. Lembro deste ser com muito carinho, sempre. Ele merece tudo de bom por ser uma pessoa tao maravilhosa. E mesmo com tudo isso ele virou ex.
Nao vou aqui discutir as condiçoes ou circunstâncias que levaram estes dois seres em particular a se transformarem em EX. Andei pensando esses dias na "bagagem" que cada relacionamento deixou. Esse termo "bagaem" é muito usado no inglês, sempre no termo negativo. Quando alguem has too much baggage, é porque foi sacaneado e traumatizado por algum (ou alguma) ser humano impiedosa e insensível e agora este alguém é um bundao que nao consegue se entregar. Ooohhh, quanto drama!
Bem, se você já esteve em mais de um relacionamento amoroso nessa vida e pelo menos um deles durou um tempinho suficiente pra você se apaixonar (ou desapaixonar), você com certeza tem bagagem. Essa bagagem que eu chamo de experiência, nao necessariamente ruim, mas tendendo para este lado.
Será que eu tenho bagagem? Com certeza. O destino nos cobra a bagagem que colocamos nos outros, mandando, às vezes, caixas de excesso de peso. Acho que é algo que faz parte da vida. É a velha e lógica cliché do "aqui se faz, aqui se paga". Você, amigo chifrador, fique tranquilo. Um dia vao te chifrar também, se é que o sua atitude já nao é uma reaçao a um chifre prévio. Apenas um exemplo...
O "problema" de ter passado por alguns relacionamentos é que você entende que por mais que você se concentre na pessoa com a qual está no momento, eventualmente você se pega agindo (ou reagindo) como antes. Seja por alguma coisa que ele/ela falou num momento particularmente sensível e você apelou e a outra parte fica sem entender. Bote a culpa na bagagem. Diga, "meu amor, foi mal. O problema é a bagagem que pesou".
Como uma eterna crente de que as pessoas mandam em si mesmas e em seus próprios destinos, eu proponho uma política de administraçao de bagagens. Primeiro: vamos admitir logo que esta existe e nao irá embora. Segundo: sempre existirao ex-namorado(as), seus ou dele(a). E sempre vai ter um que marcou mais e você vai ter que aturar as "lindas" histórias de amor de quando eles eram felizes. Terceiro: nao esconda as suas também "lindas" histórias de amor. Afinal, direitos iguais! Quarto: Respire fundo e pense que o que importa é agora, quem você ama no momento e aonde está sua lealdade. E claro, exija confirmaçao dos sentimentos da outra pessoa (mas nao abuse!). Ter certeza de algo é muito bom. E por último, quinto: confie desconfiando. Valorize a certeza que você já tem, mas mantenha os olhos abertos. O fato é que todos estamos destinados a falhar e a decepcionar, e nada melhor do que um relacionamento para expor estas tendências humanas.
Ih, será que eu falei muita besteira? Principalmente neste último item? Ficou meio pessismista, né.... vai entender, deve ser a minha bagagem....
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quinta-feira, 6 de março de 2008
A minha primeira vez....
Hoje foi um dia importante na minha vida... e o que tornou esse dia particularmente importante foi a ocorrência da minha primeira vez. Sim, a primeira vez em que subornei um guarda foi hoje, dia 5 de Março de 2008.
Saímos de Asunción deveria ser quase 11 da manha....quem sabe até um pouco mais tarde. Eu fui dirigindo do hotel até pegar a estrada... coisa que parece simples, mas dado os hábitos malucos do paraguayos em entrar na frente dos carros sem dar seta e sem se importar com a possibilidade de um acidente, foi uma parte meio estressante.
Os arredores de Asunción é cheio de cidadezinhas igualmente feias ou até mais feias. Imagine algum fim de mundo no nordeste....sim, é desse jeito! Mas continuamos a viagem mesmo assim. O plano era fazer essa parte mais difícil do caminho e depois entregar o carro ou para a Patti ou pro David, quem quisesse dirigir. Eu só voltaria a dirigir quando chegássemos na fronteira com o Brasil. E assim fomos....conversando e procurando alguma música que prestasse nas radios locais, até finalmente chegarmos num local que julguei bom o suficiente para fazer a troca. Logo depois de um pedágio.
A Patti decidiu que queria dirigir e lá foi ela. Avisou que nao dirigia um carro manual há muito tempo (se desculpando antecipadamente) e mandou ver. Primeira, segunda....quinta marcha. O nosso Renault Clio 2008 (alugado) estava a toda potência....até que 2km depois um guardinha Paraguayo sinalizou para o carro parar.
"Fudeu!", pensei. Até entao eu só havia sido parado na estrada uma só vez, quando fui com a Fasciutta para Pirenópolis no fim do ano passado. Normalmente eu nao ficaria preocupada mas... o problema é que a Patti tava sem habilitaçao, pois havia perdido sua carteira há uma semana, em Buenos Aires. E claro, qual foi a primeira coisa que o guardinha pediu? "Habilitaçao e documentos, por favor"....
Já sabendo que a coisa nao ia ser boa, desci do carro calmamente, com documentos na mao. Mostrei ao guardinha os papéis do carro e minha habilitaçao. Tudo tentando ganhar tempo, é claro, enquanto eu pensava em alguma coisa. E nisso os outros dois, Patti e David, estavam no carro, sem entender nada, mas prevendo que ia dar merda.
Depois de ainda dar uma de desentendida, argumentei com o Sr. Sanchez que o carro estava no meu nome, que eu estava dirigindo até pouco tempo e tal. As típicas desculpas esfarrapadas de todo culpado. Ele ouviu calmamente mas logo anunciou o preço da puniçao: 795,000 Guaranys, o que seria o equivalente a um pouco mais de R$ 300 reais. Mesmo sem saber a equivalência exata na hora, vi que a coisa ia ficar feia. Em meio segundo me imaginei tendo que pagar uma multa horrível naquele país nojentinho. Imagina, dar dinheiro pra essa gente! Ou pior...vai que a polícia Paraguaya me poe na lista de procurados!? Ou meu nome fica sujo no Brasil? Sei lá, nao deu tempo de pensar muito, por isso resolvi conversar com o Sr. Sanchez.
"Mas... Sr. Sanchez...nao tem jeito da gente resolver isso de uma maneira mais fácil nao? Porque eu tô indo pro Brasil hoje, o carro é alugado, cê sabe. É complicado" (Eu com cara de Ah Neim)
"É, você sabe...a multa é cara. É de 795 mil guaranys" (Sr. Sanchez, falando com um sotaque desgracado e com cara de feliz ao cheirar o $ fácil)
"Entao, vamos resolver isso de um jeito mais fácil" (Eu, com esperança e com espanhol enrolado)
"Quanto você oferece?"
"Quanto normalmente se paga?" (Eu nao ia entregar o ouro!)
"Quanto você quer pagar?"
"Eu quero saber quanto que normalmente custa pra resolver a situaçao!" (Sem desistir da negociaçao)
"500mil?" (Ele propoe)
"Nao, tá muito caro! Eu nao tenho esse dinheiro aqui!" (E realmente nao tinha, hehe)
"Que isso, eu já tô te quebrando um galho!"
"É, mas eu nao tenho esse dinheiro aqui!"
"400 mil?" - Pausa: eu penso um pouco no assunto, faço cara de Ah Neim de novo.
"300? em dolares? Pode ser?" (A oferta....)
"O que você faz? Você é comerciante, trabalha com negócios?" (Ele falou, rindo da minha murrinhagem)
"Haha! Nao... sou consultora" (Adoro dar essa resposta, pois nao diz nada)
"Tá bom, tá bom. Vou conversar com o chefe..."
Ele atravessa a rua e fala com alguém que eu duvido fosse o chefe e logo volta.
"Pode ser. Mas... fica entre nós. Ninguém pode saber"
"Claro, claro! Eu te agradeço por facilitar as coisas! Vocês aceitam dólares, né? 65 dolares americanos, que tal?" - US$ 65 daria uns 200 e poucos, hehe...mas eu tentei! - Ele pensa um pouco....
"Nao! 300mil guaranys....75 dolares americanos!"
"Tudo bem, perfeito. Vou pegar o dinheiro".
Nessas alturas meu queridos passageiros já estavam estressados, sem saber o que se passava, mas sentindo que havia encrenca. Entao contei a situacao pra eles e pedi pra arrumarem a grana.
Rapidinho me entregaram os 250mil Guaranys e uma nota de 20 dólares, fazendo com que tudo terminasse em 70 dólares, haha!
Me aproximei do guardinha e discretamente entreguei o dinheiro, dobrado e embolado. Ele nem conferiu. Apenas sorriu e agradeceu, apertou minha mao e me disse para manter os faróis ligados na estrada porque é lei no Paraguay. E também disse que só eu deveria dirigir pois haviam outros postos de controle pela estrada.
Entrei no carro, engatei primeira e fui embora, antes que o guardinha viesse reclamar os 5 dólares que eu resolvi dar de desconto no nosso trato.
E essa foi a primeira vez em que eu subornei alguém de verdade. Comprei minha liberdade de certa forma, a liberdade de nao estar encrencada numa burocracia estatal de um lugar do qual só tenho ouvido coisas como "a corrupaçao é endêmica lá!". Ou seja, tudo terminou bem, de certa forma.
Saí do local sentindo um mixto de frustraçao com realizaçao. Nao é todo dia que você tem que negociar um suborno num país que nao é o seu, numa língua que nao é a sua. E em termos de negociaçao, esta pode ser considerada uma bem sucedida, pois consegui que ele baixasse o preço para a metade do que seria a tal multa. Entao rolou sim um pouco de orgulho pessoal e sentido de missao cumprida, realizaçao. Mas ao mesmo tempo eu alimentei o sistema corrupto deles. Internamente xinguei todos os filhos da mae que recebem subornos. E depois pensei que o Sr. Sanchez deve ganhar bem pouco, além de ter a infelicidade de nascer no Paraguay.
Enfim, caros leitores....é um assunto que ainda vai dar o que falar, mas fica pra próxima. Enquanto isso aproveito Foz do Iguaçu.
Gracias!
Saímos de Asunción deveria ser quase 11 da manha....quem sabe até um pouco mais tarde. Eu fui dirigindo do hotel até pegar a estrada... coisa que parece simples, mas dado os hábitos malucos do paraguayos em entrar na frente dos carros sem dar seta e sem se importar com a possibilidade de um acidente, foi uma parte meio estressante.
Os arredores de Asunción é cheio de cidadezinhas igualmente feias ou até mais feias. Imagine algum fim de mundo no nordeste....sim, é desse jeito! Mas continuamos a viagem mesmo assim. O plano era fazer essa parte mais difícil do caminho e depois entregar o carro ou para a Patti ou pro David, quem quisesse dirigir. Eu só voltaria a dirigir quando chegássemos na fronteira com o Brasil. E assim fomos....conversando e procurando alguma música que prestasse nas radios locais, até finalmente chegarmos num local que julguei bom o suficiente para fazer a troca. Logo depois de um pedágio.
A Patti decidiu que queria dirigir e lá foi ela. Avisou que nao dirigia um carro manual há muito tempo (se desculpando antecipadamente) e mandou ver. Primeira, segunda....quinta marcha. O nosso Renault Clio 2008 (alugado) estava a toda potência....até que 2km depois um guardinha Paraguayo sinalizou para o carro parar.
"Fudeu!", pensei. Até entao eu só havia sido parado na estrada uma só vez, quando fui com a Fasciutta para Pirenópolis no fim do ano passado. Normalmente eu nao ficaria preocupada mas... o problema é que a Patti tava sem habilitaçao, pois havia perdido sua carteira há uma semana, em Buenos Aires. E claro, qual foi a primeira coisa que o guardinha pediu? "Habilitaçao e documentos, por favor"....
Já sabendo que a coisa nao ia ser boa, desci do carro calmamente, com documentos na mao. Mostrei ao guardinha os papéis do carro e minha habilitaçao. Tudo tentando ganhar tempo, é claro, enquanto eu pensava em alguma coisa. E nisso os outros dois, Patti e David, estavam no carro, sem entender nada, mas prevendo que ia dar merda.
Depois de ainda dar uma de desentendida, argumentei com o Sr. Sanchez que o carro estava no meu nome, que eu estava dirigindo até pouco tempo e tal. As típicas desculpas esfarrapadas de todo culpado. Ele ouviu calmamente mas logo anunciou o preço da puniçao: 795,000 Guaranys, o que seria o equivalente a um pouco mais de R$ 300 reais. Mesmo sem saber a equivalência exata na hora, vi que a coisa ia ficar feia. Em meio segundo me imaginei tendo que pagar uma multa horrível naquele país nojentinho. Imagina, dar dinheiro pra essa gente! Ou pior...vai que a polícia Paraguaya me poe na lista de procurados!? Ou meu nome fica sujo no Brasil? Sei lá, nao deu tempo de pensar muito, por isso resolvi conversar com o Sr. Sanchez.
"Mas... Sr. Sanchez...nao tem jeito da gente resolver isso de uma maneira mais fácil nao? Porque eu tô indo pro Brasil hoje, o carro é alugado, cê sabe. É complicado" (Eu com cara de Ah Neim)
"É, você sabe...a multa é cara. É de 795 mil guaranys" (Sr. Sanchez, falando com um sotaque desgracado e com cara de feliz ao cheirar o $ fácil)
"Entao, vamos resolver isso de um jeito mais fácil" (Eu, com esperança e com espanhol enrolado)
"Quanto você oferece?"
"Quanto normalmente se paga?" (Eu nao ia entregar o ouro!)
"Quanto você quer pagar?"
"Eu quero saber quanto que normalmente custa pra resolver a situaçao!" (Sem desistir da negociaçao)
"500mil?" (Ele propoe)
"Nao, tá muito caro! Eu nao tenho esse dinheiro aqui!" (E realmente nao tinha, hehe)
"Que isso, eu já tô te quebrando um galho!"
"É, mas eu nao tenho esse dinheiro aqui!"
"400 mil?" - Pausa: eu penso um pouco no assunto, faço cara de Ah Neim de novo.
"300? em dolares? Pode ser?" (A oferta....)
"O que você faz? Você é comerciante, trabalha com negócios?" (Ele falou, rindo da minha murrinhagem)
"Haha! Nao... sou consultora" (Adoro dar essa resposta, pois nao diz nada)
"Tá bom, tá bom. Vou conversar com o chefe..."
Ele atravessa a rua e fala com alguém que eu duvido fosse o chefe e logo volta.
"Pode ser. Mas... fica entre nós. Ninguém pode saber"
"Claro, claro! Eu te agradeço por facilitar as coisas! Vocês aceitam dólares, né? 65 dolares americanos, que tal?" - US$ 65 daria uns 200 e poucos, hehe...mas eu tentei! - Ele pensa um pouco....
"Nao! 300mil guaranys....75 dolares americanos!"
"Tudo bem, perfeito. Vou pegar o dinheiro".
Nessas alturas meu queridos passageiros já estavam estressados, sem saber o que se passava, mas sentindo que havia encrenca. Entao contei a situacao pra eles e pedi pra arrumarem a grana.
Rapidinho me entregaram os 250mil Guaranys e uma nota de 20 dólares, fazendo com que tudo terminasse em 70 dólares, haha!
Me aproximei do guardinha e discretamente entreguei o dinheiro, dobrado e embolado. Ele nem conferiu. Apenas sorriu e agradeceu, apertou minha mao e me disse para manter os faróis ligados na estrada porque é lei no Paraguay. E também disse que só eu deveria dirigir pois haviam outros postos de controle pela estrada.
Entrei no carro, engatei primeira e fui embora, antes que o guardinha viesse reclamar os 5 dólares que eu resolvi dar de desconto no nosso trato.
E essa foi a primeira vez em que eu subornei alguém de verdade. Comprei minha liberdade de certa forma, a liberdade de nao estar encrencada numa burocracia estatal de um lugar do qual só tenho ouvido coisas como "a corrupaçao é endêmica lá!". Ou seja, tudo terminou bem, de certa forma.
Saí do local sentindo um mixto de frustraçao com realizaçao. Nao é todo dia que você tem que negociar um suborno num país que nao é o seu, numa língua que nao é a sua. E em termos de negociaçao, esta pode ser considerada uma bem sucedida, pois consegui que ele baixasse o preço para a metade do que seria a tal multa. Entao rolou sim um pouco de orgulho pessoal e sentido de missao cumprida, realizaçao. Mas ao mesmo tempo eu alimentei o sistema corrupto deles. Internamente xinguei todos os filhos da mae que recebem subornos. E depois pensei que o Sr. Sanchez deve ganhar bem pouco, além de ter a infelicidade de nascer no Paraguay.
Enfim, caros leitores....é um assunto que ainda vai dar o que falar, mas fica pra próxima. Enquanto isso aproveito Foz do Iguaçu.
Gracias!
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