sábado, 25 de outubro de 2008

Coisas para as quais eu nasci (ou nao)

De vez em quando na vida a gente se depara com situaçoes nas quais pensamos, "poutz! eu nasci pra fazer isso!". É o tipo de coisa que te dá tanto prazer que nos faz também desejar fazer daquilo (whatever it is) um meio de vida. E, do mesmo modo, outras coisas ou situaçoes simplesmente nao parecem ter sido feitas para nossas vidas.

Hoje passei a maior parte do meu dia falando francês. Francês, pra mim, foi uma língua difícil de ser parida. Eu nao gostava, rejeitava a idéia de ter que aprender uma linguinha tao boiola. Achava os franceses enjoados e metidos (ainda acho que muitos sao mesmo), e também nao acreditava que eu tinha nascido pra falar francês. Bem, ainda nao acho que eu tenha nascido pra isso, hehe....mas... cheguei a uma conclusao interessante hoje.

Eu nasci pra falar inglês, é verdade. Mesmo quando eu ainda nao falava esta língua fluentemente, eu conseguia me enxergar sendo fluent in English. Com francês isso só aconteceu hoje. Como toda a língua exige uma atitude, um personagem um pouco diferente, acho difícil me enxergar falando francês como uma parisienne, bebendo um capuccino à beira do Sena, usando uma echarpe colorida e charmosa e um óculos de lentes bem grandes, enquanto folheio a última ediçao da Vogue. Foi mal galera, mas isso é papel pra outras. Nao que eu nao possa, nao que eu nao consiga. Acredito que se eu realmente quisesse, eu poderia fazê-lo, mas sempre faltaria alguma coisa. Uma leveza de imagem que eu nao tenho.

Seguindo a mesma lógica, sei que nao é todo mundo que consegue andar nas ruas de Washington DC ou Virginia Beach como se fossem dali. Como se ali tivessem nascido e nunca saído. Mesmo os EUA sendo um país tao diverso em sua formaçao, o papel de um "americano médio" ou "típico" me é tao natural quase como fechar os olhos e dormir. Morei no Canadá mais tempo do que nos EUA, mas nunca me senti dali. Talvez tenha sido a tal influência francesa do Quebec. Já os Estados Unidos....desde a primeira vez que pisei naquele território, era como se eu estivesse voltando pra casa, e nao visitando. Dedu-se, portanto, que eu nasci pra falar inglês e isso é incontestável. E, que por melhor que eu um dia fale francês, nunca será tao bom, tao natural como é o inglês.

Depois de refletir sobre essas bobeirinhas e também passar muito tempo ouvindo coisas do tipo, "você tem cara de americana", "você passa por holandesa ou alema facinho!", lembrei da Dona T. Ela é uma das poucas pessoas que nao entra nessa onda de querer adivinhar de que eu tenho cara. Pra ela eu sou goiana. A goiana véia. E...pensando bem, eu gosto de ser goiana véia. Ando pelas ruas dessa cidade como se fossem o quintal de casa, queimo no calor desgraçado de outubro sem reclamar muito, e adoro tirar a jaqueta do guarda-roupa pra usar nos dias de chuva! Êêê Goiais, caba nao... que mané ficar adivinhando o que eu poderia ser ou ter sido. Eu nasci pra ser goiana, entao o jeito é encarar o papel. Ihul!

1 comentários:

Kell disse...

Você passaria por gaúcha facinho, facinho! HUahsuASHUahsuAHSUausHAUSHuasuAS
Aliás, todo mundo tem certeza disso! Assume pô!

 
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