O dia amanheceu nublado. Uma porcaria. Eu, que já nao andava muito feliz, tentei manter o bom-humor. Banho quentinho de manha, café gostoso e estudo. Tratei de terminar um paper.
Mas brincar de Poliana nao adiantou muito. Me deu frio. Depois fome. Depois tristeza. Ninguém no MSN com quem eu quisesse conversar. Me senti a chatice em pessoa, junto com a tristeza que começou aumentar. No desespero por concentrar-me, apelei para métodos nao convencionais e há um ano esquecidos. E assim voltei pro computador.
Sabe quando as vezes aparece alguém pra salvar seu dia? Uma coisa assim, meio angelical. Aquela pessoa que te entende, sabe do que voce precisa, mesmo voce dizendo que nao. Hoje me apareceu Monsenhor A.
Depois de um tempo de convivencia e amizade, nos conhecemos mais ou menos bem.O filho da mae é psicólogo, daqueles que te observam e analisam o tempo todo. No começo dá nos nervos mas, se voce é uma pessoa que gosta de se conhecer cada vez mais, isso pode ser muito bom.
Monsenhor obviamente sacou que eu nao estava bem. Sentou no sofá, ouviu minha ladainha ...ficou calado quando eu nao queria falar. E ae me convidou pra sair. Fazer o que? Ir na feira, nada mais. E depois... bem, depois veio o desafio. Subir o morro San Cristóbal de bicicleta.
Ele me vinha enchendo com essa idéia há algum tempo. E eu fugindo, morrendo de preguiça e medo. Morro de medo de nao conseguir. Tá que sao apenas 300 metros....parece pouco. Mas o caminho é longo...e bem íngirme. Andando ja é difícil, imagina de bicicleta. Mas eu tava tao nem ai pra vida que topei a aventura. De shortinho - exibindo as coxas a la Roberto Carlos - e luvinha nas maos, pra proteger, lá fui eu.
A melhor parte desse tipo desafio é (re)descobrir que somos capazes de alcançar certos objetivos que antes pensávamos ser impossíveis. Eu realmente nao acreditava que teria forças para chegar no topo. Saí de casa pensando que se chegasse até a metade já tava bom. Mas pedalei duro... até o topo. Eu já sabia que nao gosto de perder, mas as vezes me esqueço que tenho essa força extra, que te faz superar a dor e a falta de ar. E por isso é tao importante ter pessoas ao nosso redor capazes de identificar quando precisamos deste estímulo, gente que sabe quando esquecemos quem somos e nos ajudam a lembrar.
Um mote con huesillo (bebida típica a base de suco de pessego) foi meu premio por conseguir. Isso e a vista linda que o morro tem, lá do alto. Lembrei de quem eu sou, do que sou capaz. Tudo graças a endorfina produzida por tanto esforço e o trabalho psicológico de Monsenhor.
E é isso...nada de novo para acrescentar. Só que de vez em quando é bom fazer algo que a gente tem certeza que nao vai conseguir....e aí consegue. Perfeito para fechar a gestalt dessa semana horrorosa que passou.
* Na foto, a vista do topo do morro.
1 comentários:
Ah que assaz bonito esse morro San Cristóbal. Me deu vontade de conhecer ;D
Fico feliz que, no final de uma semana complicada, tenha acabado por ter um momento bom
;-*
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