Antes de começar o relato sobre o que sucedeu após o tal terremoto, queria aproveitar o espaço e pedir para que voces nao acreditem na mídia. As notícias tem abusado do mau gosto, repetindo imagens da tragédia e anunciando cada réplica como se fosse o apocalipse. Houve sim muitas áreas afetadas. Os tsunamis varreram tudo por onde passaram e as regioes mais próximas ao epicentro também foram devastadas. No entanto, em Santiago, com poucas exceçoes, a situaçao está normal. A vida continua, as pessoas vao ao trabalho e, apesar de estarem meio loucas, comprando tudo o que há no supermercado, tudo segue seu ritmo.
Ok, agora senta que lá vem história...
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Terminamos o último episódio com o terremoto pegando todo mundo de surpresa.
Eu e Gabo nos reencontramos com R e saímos da boate, assim como todo mundo. Gabo estava tranquilo, internamente desejando que nao fossemos embora. Ele achava que a balada ainda continuaria. Eu e R também estávamos de boa. De fato eu curti muito o apagao geral que tava na cidade pois a lua, em toda sua glória cheia, refletia linda em cima da Virgem que se encontra no topo do Cerro San Cristóbal. A vista era absolutamente linda, em meio a loucura que estava o Bellavista (bairro boemio aonde se encontra a boate).
Saímos pela cidade, meio sem saber o que fazer. Viemos parar aqui, na frente do edifício aonde moro. O problema? O problema óbvio é que eu vivo no apartamente 254, 25o andar, para ser mais específica. Ficar sem eletricidade seria tolerável se isto nao implicasse, automaticamente, na falta de água. Porque a água nao sober 25 andares sem eletrecidade. Quase entrei em panico pensando que nao teria água em casa. Simplesmente nao posso viver sem água. Bebo água compulsivamente e... beber água traz suas consequencias naturais, né! Pra resumir, R foi um muito gentil e convidou eu e Gabor para dormir em sua casa, aonde havia água - quente e fria!
Sábado de manha, assim madrugadinha, rolou a primeira réplica. O que é isso? Sao tremores menos intensos que o terremoto. Terremotinhos, tremidas residuais, que também variam de intensidade. Dizem que essas tais réplicas acontecem até 2 meses depois da sacudida principal...ou inicial. E de fato, elas continuam...
Mas, voltando a sábado de manha...ainda nao tínhamos eletricidade. Ajudei R a preparar nosso café da manha e depois, junto com Gabo, fomos jogar poker, seguido de truco. Gabo é bom de truco, e ganhou todas. Eu tive sorte no poker, e depois perdi tudo, hehe. Me senti como uma espécie de Anne Frank, pero menos glamourosa. Teria mandado Gabo escrever minhas memórias, já que praticamente esqueci como se escreve a mao.
A tarde foi hora de encarar a realidade e subir os 25 andares a pé. Isso mesmo...
Dentro do apartamento estava uma bagunça. Minha televisao no chao, roupas também. Os livros da estante - que eu havia arrumado há uma semana - estavam caídos, assim como os batons, cremes, etc. Segundo o relado de Monsenhor Ariel, que presenciou tudo aqui de dentro, a coisa foi feia. O espelho do banheiro caiu e quebrou uma bomba de água - deixando-nos sem água de vez e inundando o banheiro. A geladeira se desligou e foi dançar no meio da cozinha. Os quadros da sala, junto com as estátuas peruanas, foram todos para o chao. Um cenário assim, meio apocalíptico.
Liguei pra casa. Acalmei os animos de todos na família que, obviamente, pensavam que eu havia morrido soterrada. Tranquilizei a todos, contando toda a história e explicando porque nao foi possível entrar em contato antes. Fogueira apagada, foi hora de almoçar.
Com toda a história de falta de água e subir 25 andares, eu só queria saber de tomar banho e escovar os dentes. Essa era a prioridade. R novamente ofereceu sua casa, aonde ficamos até domingo de tarde, e essa parte foi bem legal. Ficamos todos em casa, bem tranquilos. Banhos tomados, dentes escovados. Jogamos Wii, truco, conversamos, jantamos, caminhamos pelo bairro - que é no subúrbio de Santiago, bem tranquilo.
No domingo levantamos tarde e fomos almoçar em Cajón del Maipo, um vilarejo no meio das montanhas. Apreciamos um delicioso Lomo a lo pobre num restaurante ao pé de uma enorme montanha. Cenário delicioso.
O fim de semana terminou assim, calma e gostoso, sem nem parecer que há pouco mais de 48 horas as placas tectonicas abaixo de nossos pés resolveram mudar o destino de muitos que se encontravem nesse país.
No próximo episódio falarei sobre o clima de apocalipse sentido nos supermercados, e também sobre a volta de Gabo ao Brasil.
4 comentários:
Nossa! Aí tá tReMeNdO muito hein?
a foto do seu armário ficou legal com ele assim, desarrumado.
E o título do post ficou bem criativo e legal!
Aê aqui é do Brasil, cidade de Araçatuba no Estado de São Paulo, uma cidadezinha do interior paulista... Com certeza tudo o que está acontecendo são os sinais dos últimos dias, antes da volta de Jesus. A mídia, os jornais, todos os tipos de meios de comunicação podem dizer o que quiserem e pensarem a respeito de tudo o que está acontecendo pois só vão acreditar realmente quando acontecer, como alguns que já estão morrendo, ou melhor milhares de mortos em todos os países exceto alguns países. Como nos tempos de Noé, todos comiam, bebiam, casavam-se e nem davam a mínima para o que Noé falava sobre a vinda do Messias, ninguém dava ouvidos. O mesmo está acontecendo nos dias de hoje, pensam que é mentira que o Sr. Jesus não virá pela 2a vez para buscar o seu povo, como diz nas Escrituras Sagradas (Bíblia) "Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos". Ou seja, você pode até conhecer a Jesus mas se não se entregar totalmente a Ele e não seguir os seus mandamentos, de nada adianta porque você estará no meio destes muitos que são chamados, e para ser um dos escolhidos tem de suportar até o fim, e, nunca negando o nome de Jesus aconteça o que tiver que acontecer com você por amor a Cristo... Deus abençoe a cada um que ler este breve comentário.
Viva o direito a liberdade de expressão!
ps:ai, ai
Jesus já voltou! E está na boca no povo! Pelo menos no Maranhao! Cadê esse Jesus que nao chega nos outros estados??
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