terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Começando...

Comecei 2009 comendo... comendo muito. Nao bastasse a tradicional comelança que envolve a tal ceia de Ano Novo + viagem à casa dos parentes, logo na manha de segunda-feira (dia 04, primeiro dia útil do ano), fui presenteada com um café-da-manha VIP. Srta. F, que por algum milagre de Deus levantou-se antes me mim, gentilmente preparou french toast (torrada à francesa) e um mocaccino de primeira classe. Muito, mas muito chocolate nesse mocca. E muita, muita maple syrup* nas torradas. Ainda bem que nas minhas promessas de ano novo nao tinha nada do tipo "emagrecer"!

Hoje de manha fiz yoga na beira da piscina e aproveitei pra meditar. Olha, eu bem que tentei, mas o sol tava tao quente que ficou meio difícil. Mesmo assim foi bom. Suei como nunca e isso, é claro, me faz sentir que nao foi só uma prática básica, e sim um exercício de fato.

Entre leituras, devaneios e conversas, um certo gastrologista me fez esperar umas duas horas até que Srta. F pudesse ser atendida. Enquanto isso ficamos trocando idéias. História daqui, história de lá.... até que começamos a discutir sobre o vazio do Eu. Conceito sobre o qual tenho pensado bastante, desde que li o livro Filosofia em Comum. Nao sei se entendi bem o que a Márcia Tiburi quis dizer mas, ao pensar sobre o assunto, cheguei àquela conclusao nao muito difícil de que... o EU, puro e simples, é um ser pobre e, honestamente vazio. Deixa eu tentar explicar.

O EU é composto de experiências, das trocas feitas ao longo da vida. As pessoas que estao ou estiveram presentes naquilo que denominamos existência sao as responsáveis por dar a tonalidade do EU. Particularmente eu percebo isso no uso da linguagem. Comigo basta conhecer alguém novo e gostar de suas gírias que eu tendo a imitá-las. Com outras línguas é o mesmo processo. A tendência é imitar a melodia da voz, falar igual, usar as mesmas expressoes. Imagino que o mesmo aconteça com o comportamento. De maneira inconsciente ou nao passamos a copiar aquilo que achamos bonito ou legal, fazendo nosso aquilo que é do outro, imprimindo em nós um desenho que nao foi gerado dentro do tal "EU".

Se pensarmos essas experiências como tatuagens, podemos imaginar um corpo coberto por desenhos, dos mais diversos tipos. Mas, ao usar o exemplo das tatuagens, deve-se destacar que, a priori, todas elas sao de henna. A própria dinâmica da vida faz com que alguns desenhos permaneçam e outros fiquem.

Enfim.... a conclusao, como eu disse, nada muito inovadora, é que ninguém consegue ser EU sem ser parte dos outros também. Somos a soma daquilo que escolhemos absorver, consciente ou inconscientemente. O "ser eu mesmo/a" implica em sintetizar tudo aquilo que vimos, ouvimos e experimentamos, adicionar a nossa essência (essa sim, original) e assumir o resultado.

Será?

Este raciocínio, creio, fica evidente quando somos chamados a descrever-nos num profile de Orkut, por exemplo. Para este espaço, portanto, encontrei as palavras perfeitas:

"Do que posso dizer de mim, há sempre algo que resta, que sobra, algo que é 'nao-dito'. Sou, por isso, a minha própria incógnita".

(Márcia Tiburi)




* Maple syrup é tipo um melado extraído das árvores de Maple, muito abundantes no Canadá. É melhor apreciada com torradas ou panquecas matutinas, aquelas que a gente vê em filme, que o mocinho faz na manha seguinte após ter traçado a mocinha.

1 comentários:

Kell disse...

Nossa... Márcia Tiburi tá ganhando uma concorrente forte na "filosofação" hein?
Ah! vi Laura Pausini domingo no Faustão e segunda na Hebe. Não que eu assista Hebe, mas cheguei em casa e tinha gente assistindo. Vc viu?
Beijos!

 
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