Hoje encontrei uma amiga no MSN com quem nao falava há muito tempo. Amiga de longa data, baladas geladas em meio à neve e tardes de calor nos cafés de Montreal. E claro, como toda amiga que se preze, ela perguntou como vai a vida. Resumi em 3 ou 4 linhas minhas últimas aventuras amorosas e os dramas atuais e ela respondeu com um "dude, your life is a novela that I would totally watch!". Haha!...novela? Inevitavelmente me imaginei dentro da televisao, super maquiada e com um nome diferente um pouco. Que tal...Maria Fernanda? Porque é claro, minha vida seria uma novela mexicana! Se bem que alguns dizem que serviria também como novela das 8...
Como seria, entao uma novela da minha vida? Eu seria a Maria Fernanda... a Fasciutta II poderia ser alguem como Veronica Barrios. Caras e bocas, maquiagem forte...paisagens lindas, praias paradisíacas e casas cheias de empregadas e, nao poderia faltar, muito drama e lágrimas. Ai credo!
Mas nao pára por ae... imaginei também todas aquelas pessoas que assistiriam a novela! Um monte de gente reunida na sala em plena quarta a noite querendo saber se Maria Fernanda iria realmente se vingar da manicure vagabunda! (Ai, falando em manicure preciso tirar esse esmalte maldito da minha mao!). E as revistas de fofoca? Imagine aquele monte de madame lendo Contigo no salao! Hahaha.... e os resumos diários que saem nos jornais?
"No capítulo de hoje Veronica Barrios se encontra com Maria Fernanda no aeroporto. As duas se ignoram e trocam apenas olhares, tudo para despistar Marco Paulo e Julio, que desconfiam que as duas estao armando alguma coisa. Logo após sao vistas embarcando no mesmo vôo".
O dia passou e eu parei de pensar na minha vida como novela. Fui tomar chá de cidreira com a Fasciutta II, que está adoentada, e voltei mais cedo pra casa pois queria assistir um documentário. Logo que o programa terminou, meio que sem querer, comecei a imaginar um documentário do tipo biográfico...que falasse, obviamente, da minha vida.
"Ao final de 2007 os primeiros sinais de impaciência com aquela situaçao já haviam começado. Os diálogos eram muitas vezes ásperos e carregados de ciúme. Nao havia mais como esconder".
E como toda biografia tem uns amigos e parentes que sempre concordam em dar entrevista...
Naira Fagundes, amiga de --------: "Lembro-me muito bem de uma conversa que tivemos no fim de Janeiro. Ela estava me levando para casa após um churrasco na casa de outro amigo quando perguntei como as coisas estavam. Ela rapidamente resumiu a situaçao e expressou suas intençoes futuras. Estava claro que ela estava falando sério e suas intençoes eram sérias. Poucas vezes eu a havia visto falando com tanta certeza e calma. Foi quando percebi que toda aquela história chegaria a uma conclusao muito em breve".
O que será que faz a vida de alguém ou simplesmente alguns fatos ganhar tal importância a ponto de chamar a atençao de terceiros? Seja um documentário ou em alguma ficçao, histórias sao contadas todos os dias. E quantas vezes durante o dia nao nos encontramos em um "fantasy moment", aquele onde nao sabemos delinear o que é fantasia ou realidade?
Bem, já dizia minha amiga Laura (a Pausini) que "non siamo niente senza fantasia". Isso é, de certa forma, óbvio. Ser racional 100% nao é humanamente possível. Quem, em plena racionalidade, ia querer alguém para passar o resto da vida junto? Ou algo mais simples como....depilar a perna com cera? Ha!... basta a gente começar a racionalizar as coisas para que tudo fique cinza e sem graça.
Indagaçao final: será que um dia alguém ainda vai escrever minha vida e isso vai virar novela? Ou será que eu farei diferença suficiente nesse mundo para que algum pesquisador do History Channel um dia se importe em produzir um documentário? Nao sei...e provavelmente nunca saberei, uma vez que as pessoas mais importantes parecem ficar ainda mais famosas (e inocentes) depois de mortas. Mas... também nao vou ficar pensando nisso, senao a vida passa...e eu fico.
Por enquanto....boa noite aos senhores. Tô indo dormir...e fantasiar um pouco...
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