terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sobre o Amor, Nietzsche e outros...

Altamente influenciada pela leitura de "Quando Nietzsche Chorou", acordei hoje me sentindo especialmente inteligente. Sabe aqueles dias que você quase chega a sentir as sinapses dentro do cérebro? Como se os neurônios estivessem numa orgia intelectual, o hype de pensar e pensar muito é uma onda deliciosa. Neste espírito, fui trabalhar.

Resolvi provocar minha aluna. Intelectualmente, é claro. Aluna L é estudante de psicologia, fan de filosofia e lê muito. Naturalmente, uma boa canditada. Lemos um texto sobre a vida de Nietzsche e sobre suas idéias gerais. E logo introduzi uma discussao sobre o amor. Perguntei a Aluna L, "o que é o amor?". Apesar da dificuldade em se expressar com fluidez, L nao fugiu da raia. Me disse que o amor é algo completamente altruísta, onde nao existe interesse próprio e, obviamente, nenhuma expectativa de retribuiçao de sentimentos. Minha pergunta seguinte foi: "é possível que este amor exista, de fato?". Passamos os próximos 40 minutos no assunto e, segundo L, esse tal amor existe, apesar dela nunca tê-lo conhecido ou soubesse de alguém que tenha. Ela mesmo afirmou que nem Budha nem Jesus foram capazes desse amor. Perante tal afirmaçao, fui praticamente obrigada a dizer que a sua definiçao de AMOR fazia com que fosse impossível a existência do mesmo.

Ainda na minha linha de raciocínio, recorri a Nietszche. Sim, tô fan do cara, e dai? Enfim... o tal do Nietzsche (ô nominho difícil de escrever!) defendeu a idéia de que somos inerentemente egoístas. Nao gostamos realmente das pessoas e sim daquilo que elas nos fazem sentir. Eu cheguei à mesma conclusao sozinha quando tinha uns 14 anos, diga-se de passagem. Ou seja, concordo com o tio N. No fim das contas, voltando à discussao com L, fica provado que o amor, pelo menos como descrito por ela, nao existe. Agora, senta que lá vem história.... (lembrança sinistra do tal Castelo Ra-Tim-Bum que eu odiava).

Ontem conversei com uma querida amiga. Outra Dona L que, há menos de duas semanas me contou como estava feliz e apaixonada. Ontem, infelizmente, recebi a notícia do témino do relacionamento. Neste caso, especificamente, me senti próxima da dor sofrida por Dona L. A semelhança com coisas que já me aconteceram no passado fizeram com que eu entendesse perfeitamente o que ela sentia.

Pensando ainda sobre os eventos que sucederam à Dona L e depois sobre a minha discussao com Aluna L, cheguei a mais óbvia, porém inteligente conclusao. Se o tio N estiver certo e, de fato o que amamos é o sentimento provocado em nós por qualquer outro, nao existe razao para continuar "amando" quem nao tem mais a capacidade de produzir este sentimento. Quer dizer, deixa eu explicar. Se, por qualquer razao, alguém se exime da responsabilidade de te "amar de volta" e "pede pra sair do jogo", nao nos resta outra coisa a fazer além de simplesmente nao "amar" mais esta pessoa. É simples. Matemático. Se alguém te faz sofrer, por que insistir em gostar desta pessoa? Me parece loucura...

Nao lembro quem disse que fazer as mesmas coisas e buscas resultados diferentes é uma maneira de definir loucura. Achei o pensamento sensato. E fecha exatamente com a idéia exposta no parágrafo anterior. Nao existe o porque de amar quem nao te faz sentir bem. Isso nao pode ser amor, e sim masoquismo.

Sim, sim...existem várias críticas que podem ser feitas a esta idéia. Pra começar da mais óbvia, de que o coraçao nao fala a mesma língua da racionalidade, ou seja, podem sobrar argumentos para nao amar alguém mas, por alguma estranha razao, nao conseguimos deixar de sentir "alguma coisa" por esta pessoa. Entao eu pergunto... será mesmo? Volto no argumento da loucura e do masoquismo que, podem ser resumidos em duas palavras finais: NAO COMPENSA.

Sem entrar em discussoes sobre relacionamentos abusivos e afins, só quero "amarrar" esta idéia que, como dito anteriormente, é simples e óbvia. Falando numa linguagem ligeiramente econômica, simplesmente nao vale a pena investir em fundos que dao prejuízo. E, pra completar, digo ainda que o coraçao é perfeitamente capaz de aprender a ser mais esperto. Basta um pouco de treino.

2 comentários:

Kell disse...

Não esqueça que a senhorita mesma teve que trinar isso. e conseguiu se livrar so que não vale a pena!
Congratulations!
E nunca se esqueça: Love´s in the air!
Hahahahahaha
Beijos

Josi disse...

E ae qd se manda pro chile?

 
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