segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Santiago con Tía Ylana...é 10!

O fim-de-semana foi uma delicinha e a lasanha, um sucesso. O medo de fazer molho passou, porque o molho ficou um arraso de tao bom.
Segundona e, pra curar o mau humor ocasionado pela falta de vontade - ou quem sabe treinamento também - de vendedor chato do Homecenter que nao me ajudou na compra de um colchao inflável, o jeito é descontar fisicamente. E pra isso aproveitei que o Monsenhor ia subir o morro, e fui junto. Há meses eu nao subia o San Cristóbal...entao imagina a cena. Mas podia ser pior...bem, pior. Pensando o tempo todo no Mote con Huesillos (essa bebida ae ao lado). É uma bebida típica da regiao, refrescante e uma delícia. A razao pela qual eu subo o tal morro.

Enquanto isso..alguns devem ter se perguntado: colchao inflável, por que? Hmmm...nem te conto...

Sr. Évertchongas, Gisele (sua respectiva namorada) y nosso amigo Kuelho, chegam em Santiago na madrugada desta quinta-feira. Para otimizar o tempo, e portanto, aproveitar melhor, preparei uma listinha de atividades. Entonces, amigos viajeros... no melhor estilo Santiago com Tia Ylana é 10, tá ai minha sugestao.



SANTIAGO COM TIA YLANA...É 10!!!

Chegada: Quinta 28/10
0.45am
Transporte de Jipe (incluído no pacote) até Las Condes (casa da Tía Ylana).
Sono revigorante.
 
Dia 1: Quinta 28/10
Despertar y café da manha (Incluído)
Passeio por pontos turísticos indicados por Tia Ylana - Cerro San Cristóbal, centro.
Encontro com tia Ylana as 17.00 (mais ou menos).
Jantar com Tía Ylana (nao incluído...pois a ideia eh ir a um restaurante ou algo assim, comer coisa tipica).
 
Dia 2: Sexta 29/10
Despertar y desayuno (incluído)
Passeio por pontos turísticos da cidade - Plaza de Armas, mercado central.
Encontro con tía Ylana e tio Ruben - lanchinho (incluído)
Festa de aniversário de um aluno da tia Ylana - a qual estamos todos convidados!
 
Dia 3: Sábado 30/10
Despertar y desayuno (incluído)
Viagem a Valparaíso e Viña del Mar (guias incluídos. Aki rachamos a gasosa e o almoco).
Jantar em Santiago (incluido. A ideia eh fazer algo em casa msm).
Subterraneo - bar/boate.
 
Dia 4: Domingo 31/10
Despertar y desayuno (incluído)
Visita a unidade da vinha Concha y Toro (http://www.conchaytoro.com/), a maior fabricadora de vinhos do Chile. Cada tour tem o valor de $7.000 pesos chilenos e inclui visita guiada na vinha e desgustacao de dois vinhos. E ah, vc leva a taca de presente.
Churrasco (a la chilena) na casa do tio Ruben.
Festa Halloween a fantasai: temos duas festas. Uma pro Koelho ir com a Lindsey e outra pra nóis, velhos...
 
Dia 5: Segunda 01/11
Despertar y desayuno (incluido)
Visita ao Salon del Automovil
Jantar (incluido)
 
Dia 6: Terca 02/11
Despertar y desayuno (incluido)
Livre - a sugestao é de sair pra comprar presentes e muambas.
Jantar - algum restaurante gostoso, porque afinal essa é a última noites do Éverthon e da Gisele.
 
Dia 7: Quarta 03/11
Transporte para o aeroporto
Adeus a Gisele e Éverthon
Lágrimas (incluído!)...
 
......Para aqueles que comparam o pacote EXTENDED VERSION (Kuei, hello?), os outros dias ficam a seu critério! Hehehe
 



..Cheguei do morro, tomei banho e me entruchei de salada. Perdi a inspiracao de escrever....bah!!! Crouton enche pra caramba....

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fracasso e Sucesso: na cozinha

Toda cozinheira - gente que sabe e gosta de cozinhar - costuma ter uma especialidade. Aquela uma ou outra coisa que a pessoa manja bem e todo mundo elogia, acha fantástico e tal. A minha sao as massas. Em especial, os molhos. Mais ainda depois que a Kell me ensinou fazer molho de tomate natural - sim, a versao que voce compra os tomates e transforma eles de sólido a líquido.

Semana passada, com pressa, fome e sem os ingredientes certos em casa, errei feio num molho. Fiz um molho branco que ficou péssimo e sem graça. Faltou alho, faltou tempero, faltou tudo. Aí, pra tentar consertar, joguei um molho de tomate desses prontos. Ficou rosa. Em geral eu gosto de molho rosa mas o problema nao era a cor, e sim o sabor. Quer dizer, a falta deste. Insisti e joguei o ravioli de espinafre e queijo - comprado pronto também e rezei para que a mistura desse certo. Errei. Ploft. Nao prestou. R comeu e disse que tava bom - garoto educado! Eu comi e achei tudo péssimo. O problema nao é a falta de sabor e sim como o fato de fazer um molho ruim afeta a minha alma cozinheira.

Desde que comecei a trabalhar, por razoes bem óbvias, passei a cozinhar menos. Minha vida de housewife intelectual ficou pra trás - gerando, inclusive, umas reclamaçoes de terceiros - e nunca mais fiz algo elaborado e realmente gostoso. O problema é que no próximo fim-de-semana, na sexta, faremos outra ediçao de nossa tradicional Cena Gastronomica (Janta Gastronomica) e dessa vez eu que estou responsável pelo prato principal. Pediram o que eu faço de melhor - ou assim dizem, pelo menos: Lasanha!

Lasanha leva molho. E daí meu estresse. Eu preciso fazer um molho que preste. Mas depois da experiencia do molho rosa sem graça que me deu nos nervos a ponto de eu jogar a metade da bagaça fora, fiquei com medo de fazer molho. No entanto, como toda pessoa griladinha e impulsiva, ao passar no supermercado hoje, nao resisti e comprei os ingredientes certo. Carne moída, molho semi-pronto - vou deixar pra fazer o natural no dia da lasanha - cebola, alho, etc. Cheguei em casa inspirada. Liguei o som numa rádio de rock clássico e mandei ver.

(Leia imaginando a cena)
Descasca o alho, amassa com sal. Corta a cebola bem fininha. Refoga a cebola até ela murchar bem. Adiciona o alho...refoga mais. Joga a carne...sente o cheiro maravilhoso de tempero que invade o apartamento inteiro.

Sem pensar muito, joguei ainda umas pimentinhas - mesmo assim faltou ají, uma versao grande da pimenta dedo de moça - e outras ervas que achei no armário. Tudo correndo, sem cuidado. Minha fome me guiava. Até alecrim - um pouquinho - eu joguei nesse molho. E pensa num trem que ficou bao! Tá louco! Quando finalmente fui provar, quis comer a panela inteira.

Agora estou aqui, revivendo momentos de housewife - dessa vez um pouco menos intelectual - enquanto o macho nao chega. Vamos ver se repito a façanha na sexta...

=P


P.S. Notei uma falta de posts tratando de temas complicados e filosóficos. O trabalho emburrece, minha gente... ah, essa é uma ideia guardada pra um post.

domingo, 17 de outubro de 2010

Embrace the Grease!

Em geral gosto muito de tomar banho. De manha pra acordar, sentir a agua no corpo. A noite pra relaxar... e tem aquela banho gostoso que vem depois de praticar esporte. A agua caindo no rosto, restaurando os músculos. Banho é comigo mesmo. Porém, no entanto, todavia....de vez em quando é bom nao fazer certas coisas pra poder aprecia-las ainda mais depois. E esse fim de semana, meio que por força da circunstancias, dei uma de Cascuda e simplesmente adotei a filosofia embrace the grease!

Sexta-feira e, por conta de um seminário na Ilha de Páscoa, fiquei solteira. Assim, no sentido de... Mr. R viajou pro negócio da empresa e eu fiquei em Santiago. Chorando, relendo cartas de amor e comendo chocolate? Hahaha...claaaaaro que nao! Saí correndo do trabalho e vim pra casa trocar de roupa. Shortinho nike, camiseta do Arsenal, chuteira e caneleira. Pronto! Minha carona passou logo para levar e e Chappy (roomate) pro joguinho amistoso contra umas médicas residentes.

Pra quem nao sabe, o conceito de tempo no Chile é bem relativo. Pior que no Brasil. Tipo...o jogo tava marcado para as 6...e a negada chegou as 7.30pm! As desculpas sao sempre as mesmas. Tráfico, blah blah blah.... Eu fico com a teoria do Monsenhor Ariel. Quem se atrasa ou é porque nao tem capacidade intelectual de se programar ou porque nao tem interesse suficiente. Mas enfim, enquanto as "doutoras" nao chegavam, aproveitamos para praticar penaltis, faltas, jogar bobinho, essas coisas...nada como ter uma professora de educacao fisica amiga da galera que resolver doar seu tempo!

Uma hora e meia de futebol intenso, muito chute, muitos gols, muito tudo e já era hora de ir. Eu, morrendo de fome, sugeri que saíssemos todas. E lá fomos nós, lindas e loiras - bleh! - com roupa de jogo, pra um pub de playboizinho aonde, quem diria, tem comida boa e barata!!!

Chego em casa duas da manha, com crise de asma que foi rapidamente controlada pela tal "bombinha". Galera ainda ficou aqui batendo um papo e...já eram tres da manha quando se foram. Eu ainda de short, camiseta do Arsenal e chuteira. Olhei pro chuveiro...aquele friozinho gostoso....olhei pra cama e aí veio o pensamento fatal: "eu tenho que trocar esse lençol mesmo...".... e ploft. 

Sem banho até sábado de manha. E sim, eu sei que a gente dorme melhor quando toma banho mas sabe quando voce tá tao cansado que nao dá conta e pensa em todas as razoes que justificam dormir sujo? Coisas do tipo, "nao tou dormindo com ninguém mesmo", "um dia nao mata", "nem tou tao fedida assim"...etc. E assim foi...dormi suja. Imunda, nojenta. E nem morri por causa disso, hehe!

Santo sábado de manha e eu acordo - depois de conseguir dormir 7 horas! Sim, eu ando dormindo bem pouco, mesmo tentando dormir mais. Comi e lá fui eu tomar aqueeeele banho de lavar alma. 

Como eu disse, nada como privar-se de algo para depois desfrutar ainda mais!

Embrace the Grease! 
(campanha para economia de água e aumento do nivel de felicidade de pessoas chatas e com mania de limpeza, como eu).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

1 mes, 1 mestrado e alguns mineiros depois....

...eu volto a escrever por aqui! Uau, nunca tinha passado tanto tempo desaparecida. E nem foi por querer. Por isso já vou me desculpando e, claro, me explicando.

O primeiro mes de trabalho foi uma loucura. Nao foi muito facil me acostumar a estar encerrada o dia todo num escritório, sentada a maior parte do dia e calada. Além de que nos primeiros dias confesso que fiquei meio entediada. Porque eu queria logo pesquisar os crimes, os vagabundo metidos com lavagem de dinheiro, falsificaçao de documentos e afins, essas coisas. Mas é óbvio que nao fiz isso logo de cara. Os primeiros dias foram dedicados a aprender as regras, quais eram os crimes que eu deveria investigar e como deveria proceder, desde o método de pesquisa até a quantidade de espaços e vírgulas. Ainda bem que tratei de aprender tudo muito rápido pra poder botar a mao na massa de uma vez. No fim da primeira semana eu estava simplesmente exausta.

A primeira semana, estudando e trabalhando, me fez admirar mais ainda as colegas de mestrado que trabalhavam o dia inteiro e ia pra aula. Eu achei essa rotina muito cansativa e, honestamente, nao dá pra fazer um mestrado muito bem feito assim. Dá pra terminar, fazer a coisa meio nas coxas mas...eu assumo que baixei meus padroes de exigencia nos trabalhos finais. Estava cansada e sem paciencia para ler, escrever ou assistir aulas. No fim desta mesma semana ainda viajei com Sr. R e suegrita para o sul, mais especificamente para a fazendo dos avós de Sr. R. O feriado mais comemorado no Chile é o 18 de Setembro, dia da independencia deles. E este ano foi ainda mais especial do que os outros porque era o Bicentenario e... a máquina perfuradora trabalhava sem parar no norte do país, cavando o buraco por onde hoje estao resgatando os mineiros.

E falando em mineiros...esse é o assunto do país. E claro, isso já era esperado. O que nao era esperado é eu me emocionar cada vez que eu vejo um deles sair do buraco, hehehe.

Tres semanas de trabalho e mestrado foram intensas. Ah, isso porque eu nem mencionei que, se nao bastassem essas duas atividades bastante cansativas, eu nao ainda tinha que dar assistencia. Essa era a parte boa, claro. O problema é que...nessas tres semanas, por causa do stress e de toda a mudança de rotina, eu nao consegui dormir nada bem. Fiquei mais agitada do que o normal, o cérebro simplesmente nao desligava. A noite, quando se espera que a pessoa desligue, eu sonhava que haviam bombas na Colombia e que eu estava ali, ajudando a evacuar as pessoas do local. A crise - erroneamente chamado de tentativa de golpe de estado - no Equador agravou a situaçao pois, nessas alturas, o Equador já era o "meu" país.

Por isso, senhores, que nesse tempo todo eu nao tive energia de passar aqui e colocar algumas ideas. Quem sabe se tivesse, teria sonhado menos. Mas é assim mesmo.

Agora o mestrado acabou - as aulas, pelo menos - e eu aproveite o feriado do ultimo fim de semana para dar uma chegada rápida no Brasil. Porto Alegre, para ser mais especifica. Uma prima resolveu casar e meus pais resolveram aceitar o convite para ser padrinhos. POA fica na metade do caminho entre Goiania e Santiago entao...foi o jeito. Papis y Mamis levaram muitas pamonhas - congeladas, num isopor - para que eu pudesse matar a vontade. Minha tia - uma das muitas de lá - fez coxinhas...apesar de que estava com formato de risoli, hahaha! Gaúchos, tsk tsk tsk... E foi bem legal. Comi muito, dormir pouco, dei muita risada. E acabou rápido. Logo eu estava de volta na vida de check-in, free shop, embarque, comida ruim de aviao e ..chegando em casa de madrugada pensando que tinha que acordar 4 horas mais tarde, linda e loira e ir trabalhar. Porque o mundo nao para.

Ainda estou me acostumando com essa rotina. Pelo menos agora nao tem mais aula pra me encher o saco e também começou o horário de verao por aqui, que eu adoro. Isso significa que se renovam minha energias e aumenta o meu nível de felicidade. Significa também que alguns projetos pessoais que estavam on hold devem ser retomados - apesar da preguiça.

Por lo tanto, leitores...voltarei a escrever com mais frequencia - se é que isso interessa, hehe. A idéia é parar de reduzir as asneiras a 140 caracteres e abusar das palavras.

Até mais ver...

Y.

domingo, 12 de setembro de 2010

Gracias a la Vida

Existe uma música chilena, dessas que todo mundo conhece, que diz: "Gracias a la vida, que me ha dado tanto". Nessa noite fria e chuvosa sinto que é uma boa maneira de começar este post seria justamente assim, agradecendo à vida.

Amanha começo a trabalhar. Um trabalho dentro da área em que sonhei por muito tempo. E por isso hoje, na véspera de começar nesse novo caminho, eu só tenho a agradecer.

Há algumas semanas dei a louca e me inscrevi num desses sites de emprego. Nao estavam rolando muitas aulas, a coisa tava meio lenta e me preocupei. Nao tinha realmente a intençao de sair louca buscando trabalho. Nem queria. Mas um dia vi um anuncio que me interessou. Mandei o curriculo e esqueci da vida.

Até há uma semana e pouco atrás, quando me ligaram pedindo pra marcar a entrevista. Fiquei supresa, mas fui mesmo assim. Tranquila, pensando que seria divertido fazer entrevista de emprego. Mas sem nenhuma intençao ou expectativa de que a coisa passaria dali. E foi quando tudo deu errado. Errado porque...ao explicar direito do que se tratava, minha atitude mudou. Toda a onda de "to nem aí" se transformou em "eu queria muito esse emprego".

A sorte é que...pelo jeito eu tinha exatamente o perfil que eles buscava. E experiencia na área também. E por isso me mandaram pra ser entrevistada na empresa, diretamente com a chefe em potencial. E lá fui eu...

Uma hora e meia de entrevista. E a parte final, um teste. Me deram um nome e 15 minutos para descobrir tudo o que conseguiria sobre este nome. Pra fechar, teria que escrever um pequeno perfil sobre o tal nome...em ingles e espanhol. Tá bom... Pra minha surpresa nem fiquei nervosa. Dividi bem o tempo e fiz os perfis. Entreguei e fui caminhando feliz pra casa.

Pouco mais de 24 horas depois me ligaram. Queriam marcar os teste psicológicos...e pediram para que eu começasse nesta segunda.

O cargo? Se chama Research Analyst. A empresa? WorldCheck. O que eu vou fazer? Passar dias intermináveis investigando pessoas... fazendo algo que eu já meio havia descartado, mas que um dia fui apaixonada. Inteligencia. That's right, my friends... I'm officially in the INTELLIGENCE BUSINESS!!! E nem tenho que fazer a louca e fingir que nao é verdade, hahaha!

As próximas tres semanas prometem ser uma loucura. As aulas no mestrado continuam. Terminam dia 30 de Setembro, mas até lá vai ser a correria que muita gente tá acostumada - mas eu nem tanto. Nao terei tempo de sair correr no parque as 11 da manha, ou de assistir Friends a tarde, enquanto almoço. Encontrar com um amigo no Juan Valdez pra tomar um café colombiano só se for depois do trabalho ou no fim de semana. Existem papers para terminar e ainda muitas páginas para ler. Sem nem falar da dissertaçao, que tá parada por questoes burocráticas com a professora guia - que quer meu projeto, mas nao por burocracia, nao sabe se pode aceitar. A idéia do Doutorado permanece... claro. Apesar de eu ter colocado isso no freezer também. Pelo menos até daqui 3 semanas. E claro, tem também minhas férias no Brasil em janeiro, que eu estava sonhando. Tardes em casa, comendo coxinha e pamonha, almoços familiares, banhos de piscina em uma tarde quente. Nao vai rolar. E é a única coisa que lamento.  Mas o resto...

To feliz. Acho que ficou bem óbvio pelo post. E me sinto agradecida. De certa maneira tudo parece que ficou de patas pra cima e estou sendo forçada a reordenar algumas idéias, expectativas e energias. Mas estou bastante confiante de que isso veio na hora certa.

Gracias a la vida...que me ha dado tanto...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Conversa aleatória - versao Sogra

Domingo passado, depois de almoçar com R y suegrita, fomos tomar um sorvetinho no Bravíssimo - um dos melhores sorvetes de Santiago.

Confortavelmente sentados, a conversa rolava. Em certa altura, nem lembro porque, contei à suegrita sobre os eventos da sexta anterior:

Ylana: Pois é, minha cama quebrou. Preciso passar no Homecenter e comprar a madeira pra arrumar. O R se responsabilizou por isso.
Suegrita: O que voce estava fazendo pra essa cama quebrar?
Ylana: Pior que nem tava fazendo nada, eu juro! (cara de santa, fazendo a linha boa-moça).
Suegrita: Que pena! Antes tivesse!
Ylana: (cara vermelha, roxa, azul...)


Do mais, o domingo "em família" foi ótimo! Hehehe...mas até hoje nao comprei a maldita madeira. Amanha R disse que vai se encarregar disso. Espero que sim, porque meu quarto tá parecendo uma favela. #LerêLerê feelings...bem apropriado pro 7 de Setembro, nao acham?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Conversa aleatória

Gabus ainda estava aqui em Santiago. Isso deve ter sido mais ou menos uma semana antes do terremoto. Estávamos sentados à mesa, após um gostoso jantar - feito por mim e Gabus. Este último resolveu ensinar a R as várias palavras em portugues usadas para referir-se a genitália feminina. Depois foi a minha vez de ensinar os nomes para a genitalia masculina. E, no meio da conversa, a coisa foi pra um lado interessante.


Ylana: Bien, tu puedes decir, p****, p**, c******, p****, etc...
Gabus: Voce tá esquencendo de p***!
Ylana: Pero...y tu? Como llamai el tuyo? Cosito?
R: Cosito? No, cosito no...
Ylana: Entonces como, po? (falando chileno)
R: (sem graça)... DEPREDADOR!

Sem mais para o momento,

Y.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Nada es Normal

Só passei pra deixar a letra de uma musiquinha bonitinha. Nada es Normal, do Victor e Leo, que também toca no Chile - e passa o clipe na televisao! Se quiser ver o clipe, só clicar aqui.

Quanto a posts novos... em breve. Estou vivendo uns dias de introspecçao, como se tivesse juntando energia pra conseguir uma coisa que quero muito.
Assim que passar isso eu volto!


Nada Es Normal

Victor e Leo

Composição: Victor Chaves
La luz vas a apagar y el cielo a encender
Todo está tranquilo por aquí
Te voy a conocer, me voy a apasionar
No hay mucho más que decir
(Iiieee)
Estamos friente a friente
Nuestros labios no resisten
Nuestros ojos son testigos, el amor existe,
Todo es tan real, pero nada es normal
Jamás había vivido un sentimiento tan profundo
Quedarme aquí a tu lado es lo más lindo de este mundo
Todo es tan real, pero nada es normal
(Eiiieee eiiieee)
Te voy a conocer, me voy a apasionar
No hay mucho más que decir
(iiieee)
Estamos frente a frente
Nuestros labios no resisten
Nuestros ojos son testigos, el amor existe,
Todo es tan real, pero nada es normal
Jamás había vivido un sentimiento tan profundo
Quedarme aquí a tu lado es lo más lindo de este mundo
Todo es tan real, pero nada es normal

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vou Tentar....de novo

A semana passada foi aquele estilo de semana que voce coloca tudo no lugar, ao mesmo tempo se acostumando à nova rotina. Volta a respeitar horários antigos e a comer o mesmo café-da-manha de sempre (no meu caso, né). Parei de comer pao - isso é coisa de férias, acostumei a passar a maior parte do meu dia sozinha comigo e, o mais difícil de tudo, voltei a encarar dias cinzas e frios. Argh!

Mas nem tudo é tristeza e espírito de senzala. Uma das coisas que essas "semanas de volta" sempre oferecem é a chance de operacionalizar planos feitos durante - ou nesse caso um pouco antes - das férias. Pouco antes de viajarmos, R me convenceu de começar a correr. Isso mesmo, sair por ae nas ruas fazendo cooper, como se diz no Brasil. Aqui a palavra é "trotar". Sim, engraçado...faz pensar em cavalo. Com alguma relutancia, dada minhas várias tentativas frustradas de trotar, eu disse que sim, daria outra chance para essa atividade tao popular e, confesso, sempre achei sexy.

Domingo, depois de passar a tarde toda no churrasco de aniversário da mae do Monsenhor Ariel e, diga-se de passagem, beber bastante, fui com R pro MallSport comprar o tenis. Porque quando eu mencionei tentativas frustradas de correr, lembrei especificamente do ano passado, em que acabei com o joelho por isso. Mas por que? Falta de tenis adequado. Eu achava que essa história de tenis certo, com amortecedor e tal, era viadagem, e me aventurei com um tenis "Nike" (boliviano). O resultado foi um joelho que doía muito. Consertei fazendo yoga, mas fiquei com medo. Por isso dessa vez resolvi fazer as coisas certas e gastei quase 200 reais num Mizuno, adaptado pra minha pisada (pra fora) e tal.

Segunda-feira de manha coloco o tenis, calça e jaqueta e lá vou eu, fazendo pose. Dois minutos de corrida e eu agradecendo a Deus por um sinal vermelho que me obrigava a parar! Lembrei porque, além dos problemas com o joelho, eu nunca consegui correr.

Isso vem desde criança. Nunca fui boa pra correr. Nas aulas de educaçao física nunca fui a mais lerda, e em esportes como futebol, que se exige corrida, sempre fui muito bem. Mas quando era hora de correr por correr, apostar corrida, brincar de pique-pega...ah neim!

O resultado nem foi ruim. Fui alternando entre corrida e caminhada rápida. Meia-hora de exercício. Tá bom pro primeiro dia. Dores nos músculos. Também tá bom. Segundo a Chappy (roomate), que corre até maratona, isso significa que o exercício funcionou!

Empolguei com a coisa e saí hoje de novo. Pra que! Saí do banho mal conseguindo levantar as pernas de tanta dor. Lembrei de quando comecei yoga. Foi desse jeito. Entao a soluçao foi comprar ibuprofeno pra amenizar.

A moral da história é ...nao tem moral. Só que eu, mais uma vez, vou dar uma chance pra esse hobby/esporte. Vou sair "trotando" por ae, como uma potranca feliz, pensando nas calorias perdidas a cada kilômetro sofrido...quer dizer, percorrido. Ai! A ideia é fica igual a moça da foto ali de cima..... hahahahah! É vou sonhando...

domingo, 8 de agosto de 2010

Diario de Bordo No. 6: A Volta

Ontem foi o último dia das duas lindas semanas de viagem. da Bolívia ao Atacama vivemos de tudo, da adrenalina primitiva ao luxo de uma cidade grande (ou quase). Já subi as fotos no orkut e logo mais, facebook. Hoje as coisas voltam ao normal deprimente. Tenho que ir ao supermercado, lavar roupa, limpar um pouco o apartamento, e até estudar. As aulas começam amanha e um professor mandou o material por email, para que todos tenham tudo lido e pronto. Apesar de gostar desse tipo de atitude, meu corpo e mente ainda relutam em voltar ao ritmo agitado que costuma ser o meu normal.

Nessa viagem eu finalmente conheci o deserto, que eu tanto queria. Me apaixonei pelas cores amareladas e vermelhas da terra arenosa. A paisagem árida que, para mim é também misteriosa, me atraiu como um ímã a um alfinete. Parece que eu sempre havia pertencido àquele lugar. O deserto - tanto o Atacama quanto o do Sul da Bolívia - nao é necessariamente quente. Nada de morrer de calor. Uma porque ambos estao há alguns mil metros de altitude, o que contribui. Outra porque ainda é inverno nesse continente. Mas durante o dia sempre rola um sol brilhando, iluminando tudo com uma luz divina. A radiaçao solar é muito forte e amém pelos bloqueadores. O Atacama, o deserto mais seco do mundo, oferece paisagens de outro mundo.

Um grande highlight da viagem foi o Salar de Uyuni, na Bolívia. R, eu, o motorista boliviano e mais 5 gringos, todos apertados num jipe 4x4. Nos divertimos muito. Muita risada, muito "ooohhhh" para cada paisagem linda, e muito frio também. Nunca tinha visto um verdadeiro mar de sal. É muito lindo...faltam palavras para explicar exatamente como é.

A volta ao Chile, em San Pedro (de Atacama), teve gosto de volta pra casa. Ali eu entendia melhor as pessoas e o sotaque e as opçoes do menus dos restaurantes eram familiares. Antofagasta foi similar, e ali, alojados de frente ao mar do Pacífico, passamos 4 dias descansando sem nenhum tipo de compromisso, a nao ser de dormir muito e comer bem.

Agora a paisagem mudou. Em vez de mar, tenho a cordilheira dos Andes, junto com as várias avenidas de Las Condes, tao conhecidas para mim. Entre desfazer as malas, separar roupa suja de limpa e colocar fotos nas redes sociais da internet, penso no frio que faz e me irrito levemente. O apt está vazio. Chappy está para os EUA, e Monsenhor foi subir um morro cheio de neve. Tenho para mim todo o tempo do mundo para re-adaptarme a minha própria companhia.

Chega de lamentaçoes. Fotos existem para isso. Tratamos de congelar certos momentos para dar uma maozinha na memória que, um dia falha. 600 e nao sei quantas fotos tem essa missao hoje. De me lembrar o tanto que a vida com sol e calorzinho pode ser boa e...amanha, com a volta ao trabalho e estudos, começo a esquecer tudo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Diario de Bordo No. 5: Dias Calmos...Quase no Fim

Os dois primeiros dias em Antofagasta foram interessantes...e opostos. Segunda fomos caminhar pela cidade. Terca, depois de alugar um carro, passamos (muitas horas) na emergencia do hospital. R tava sofrendo muito da sinusite e, depois de muita insistencia minha, fomos resolver isso. Ae ontem, quando tudo estava sob controle de novo, aproveitamos para dar uma volta pelos arrededores da cidade e assim admirar mais de perto o deserto. Fora isso, os dias tem sido calmos, dedicados a dormir e comer bastante.

Amanha acaba tudo. =(    ...Sim, desde hoje ja estamos sentindo o clima de fim de ferias. Mas è bom tambem... nesses ultimos dias aproveitei para recarregar as baterias e planejar o proximos semestre, definir bem os objetivos e as estrategias. Que venham entao os proximos desafios.

È isso...post curtinho hoje, mais pra dar noticia mesmo. Amanha (sabado) a noite devo chegar em casa e, entre desfazer as malas e baixar as fotos, organizo um post final.

=D

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Diario de Bordo No. 4: Antofagasta - Da Poeira ao Looshoo

Ontem (segunda) foi dia de mudar totalmente o estilo das férias. Desde que saímos de Santiago, há pouco mais de uma semana, adotamos o estilo hippie-empoeirados-mochileiros. Em La Paz foi mais ou menos assim, durante a aventura do Salar do Uyuni foi totalmente assim e em San Pedro também. Nossa vida era mochila nas costas - que estao mega empoeiradas, diga-se de passagem - e hoteis baratos. Até ontem.

R, que ficou doente logo que chegamos em San Pedro, se encheu da cidadezinha e quis embora. Nao discuti, apesar de que eu amei San Pedro. Mas quando a gente tá doente e com frio, nao tem lugar que preste. E San Pedro, pelo menos nesta época, é assim. Calorzinho gostoso durante o dia - e no sol - e frio de lascar a noite - e na sombra. Aproveitei a tarde de sábado para visitar o clássico Valle de la Luna, um dos destinos pela qual a cidade é famosa. Muito bonito o lugar. Realmente o deserto mais seco do mundo - o Atacama - é encantador.

De saco cheio de ficar no chalé, resolvemos baixar de vez da montanha. A altitude definitivamente nao fez bem a R. Eu já estava bem acostumada. Mas, pelo bem de todos, baixamos. Deixamos as montanhas e as dunas e viemos para Antofagasta, uma das cidades mais importantes do norte do Chile.

A vinda para Antofagasta representou esse cambio radical. Saímos do estilo hippie-sujos-mochileiros para um hotel 4 estrelas, num quarto com vista para o oceano Pacífico, aonde tudo é fácil, a água é quente e existe calefaçao - apesar de que o clima tá uma delícia. Claro que eu amei o Salar de Uyuni e até resisti bem aos -20 (sem aquecimento). Mas vamos falar sério...quem nao curte um conforto?

Hoje de manha, ao descer para o desjejum, o feeling hippie me invadiu de novo. Eu de pijama e havaiana...e o outros hóspedes todos de terno e gravata. Lindo! Alguém poderia perguntar, "e voce nao tem vergonha?". Honestamente, nao! Se tem uma coisa que eu gosto é tomar café-da-manha num estilo relaxado. E foi uma delícia compartilhar tal momento assim, no estilo "to de férias", com o Pacífico de cenário de fundo. Mas claro, nos sentimos (R e eu) os hippies do hotel. Com certeza o staff está se perguntando quem sao essas duas criaturas que se hospedaram aqui, e porque!

Antofagasta nao é uma cidade turística. Eu achava que era, mas nao. A cidade vive das minas de cobre que aqui perto estao e, seu porto, é usado principalmente para escoar a produçao desse metal. Hoje saímos e demos um boa volta, caminhando sempre pela orla. Achamos uma lavanderia e colocamos as roupas - várias delas - para lavar.

O resto da semana deve ser assim como hoje, tranquilo, sem muito para fazer. A idéia é alugarmos um carro - amanha ou depois - e visitar algumas ruínas de minas salitreras. Depois, quem sabe, fazer uma visitinha ao cassino ENJOY e tentar a sorte. Nada mal se assim, por um lance estranho do destino, a gente ganhasse 1 milhaozinho de pesos. Hehehe...#wishfulthinking

Fotos, quem sabe amanha. Na viagem para cá tirei umas lindas, da estrada no meio do deserto. Estou definitivamente apaixonada pelo deserto. Deve ser coisa dos genes...

Agora é hora de voltar ali pro quarto de curtir um por-do-sol desses de cenário de filme.
=P

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Diário de Bordo No. 3: Salar de Uyuni - Lindo e Primitivo

Chegamos hoje (sexta) de volta ao Chile, em San Pedro de Atacama. Desde quarta estávamos em transito, no meio dos lugares mais inóspitos - e lindos - da Bolívia. Voltar pro Chile teve um gosto de voltar pra casa. E ah, que fique registrado, San Pedro parece Pirenópolis! hahaha...faltou só uma lanchonete vendendo empadao e pamonha.

Ok, vamos ao relato...vou tentar me concentrar nas melhores partes, mas como foram 3 dias intensos, aviso que esse post deve ser longo.

DIA 1 - Quarta 28/07: SALAR DE UYUNI

Chegamos pouco antes da 7 na cidade de Uyuni, na Boliviam, depois de viajar a noite toda desde La Paz. A altitude era mais ou menos a mesma, o que nao foi problema. O duro foi o frio, que tava de lascar. Pra voces terem um noçao, a janela do onibus congelou e nao dava pra ver lá fora. E foi nesse clima, gelado da p**** que descemos as malas e fomos para a agencia de viagem, aonde deixamos as malditas - que estavam bem pesadas. Ali mesmo conhecemos Sofia, uma sueca gente boa que também iria no mesmo tour. Nos cumprimentamos e, bem no estilo brasileiro, já convidei a nova amiga pra ir tomar café.

Uyuni é uma cidade bem pequena, currutelinha, como se diz em Goiás. Vive do turismo ao Salar. Na verdade só serve mesmo de base para essas tours que dali saem.

Conhecemos Yochom e Alex (Holanda) e Birgitte e Brigitte (Austria) que também iriam conosco e saímos quase as 11 da manha. Ae a primeira surpresa óbvia: todos os jipes 4X4 da cidade iam pro mesmo lado! Hahaha....e eu achando que ia ser uma daquelas viagens aonde voce se sente abandonado no meio do nada.

O primeiro dia é dedicado ao Salar especificamente. Imaginem voces 12mil kilometros quadrados de chao branco, feito de sal. Voce olha pro horizonte e ve umas montanhas - algumas delas, vulcoes. E ve a imagem espelhada no chao, como se tivesse água, hahaa...é o deserto, minha gente. Uma coisa linda, erma, no meio do nada. O céu azul maravilhoso na cabeça, o chao branco, parecendo infinito.

Almoçamos na tal Isla del Pescado (Ilha do Peixe), um morro cheio de cactus gigantes. Imagine um cacto de 9 metros...poisé, lá tinha um monte desses. O motorista era também o cozinheiro. E a comida me surpreendeu. Logo de cara ele serviu carne de Lhama. Oh, ceus...eu nao comi, fiquei com dó da bichinha. E medo também, hehehe...

Seguimos viagem pelo salar. O chao infinitamente branco, como descrito acima. Paramos para tirar fotos em perspectiva, essas que parecem de photoshop. Bem divertidas. Babei o tempo todo com as paisagens, tirei milhoes de fotos. Bati papo a viagem inteira e de quebra fui a tradutora do grupo. Só eu e R (sudacas) falávamos espanhol e ingles, e nos oferecemos para ajudar nossos amigos europeus.

No fim da tarde, saindo já do Salar, paramos numa pousadinha bem fofa. E imaginem....toda feita de sal. Os tijolos e o "grude" que junta os tijolos, tudo feito de sal. Um frio de fazer voce sonhar com os 40 graus do Rio de Janeiro e um céu lindo, lindo, lindo. R e eu até que estávamos bem preparados para o frio. Levamos jaquetas, luvas, gorrinhos, e tudo. Mas os europeus nao....hehee...coitados!

O jantar foi delicioso. Sopa de legumes e depois lasanha, feita com queijo local. Logo depois o motorista nos avisou que a luz iria acabar logo e, era bom que fossemos dormir. Isso era umas 9 da noite, hehee.... Walter (o motorista) estava certo, pois o outro dia começaria bem cedo.

DIA 2 - Quinta 29/07: O Deserto

O dia começou as 5:40am, com Walter acordando todo mundo. Logo tomamos café, carregamos o Toyota Land Cruiser com as malas, e vazamos - como se diz em Goiás, hehehe...

O frio, bem...nem precisa mais comentar. Acho que deu pra entender que tava MOITO frio! Mas assim como o céu estava lindo de noite, com direito a uma visa mágica da lua, o nascer do sol foi fantástico. E logo de manha entramos em um dos muitos desertos que visitaríamos.

A primeira parada foi num tal de Ejército de las Rocas...imaginem no meio do deserto um lugar que parece ter sido a casa de muitos recifes e corais, que agora sao pedras fossilizadas. Muito legal. A cor avermelhada-café do deserto, com seus vários tons, fazem tudo muito bonito e admirável.

A tarde, depois de visitar uns 3 lagos - sim, no meio do deserto e com direito a Flamingos - entendi porque Deus mandou os judeus pra um lugar assim - desértico, eu digo. Quando tudo o que voce consegue enxergar é areia, montanha e pedra, a sensaçao de pequenez e dependencia é enorme. Ou voce confia que alguém sabe o caminho e vai te guiar, ou bate o desespero.

No caminho vimos muitas lagoas, flamingos e vicuñas (parente da lhama). Areia sem fim. Tiramos fotos, claro. Improvisamos banheiros - viva as pedras gigantes que colaboram com a causa feminina - e conversamos temas variados, desde q incorporaçao da Turquia na Uniao Européia até as tradicionais banalidades.

De tardezinha foi a vez de parar num hotelzinho espelunca. Na verdade nem chama hotel, chama de refugio, porque é bem básico. A falta de estrutura foi compensada pela agradável companhia de nossos amigos de viagem e em seguida, de mais um jantar com direito a uma deliciosa sopa de legumes boliviana. Definitivamente, as sopas de legumes dessa viagem estavam muito gostosa!

Nesse refugio nao dava pra tomar banho. Claro que eu, eternamente obsessiva e ansiosa, havia estudado a viagem e sabia disso e, portanto, estava preparada. R e eu amenizamos a situaçao com esses lencinhos úmedos, de limpar nenem, sabe? Poisé, ajudou bastante! Até que suar a gente nao sua, pois é alto (quase 5 mil metros de altitude) e frio, mas a poeira é bem presente. Estávamos empoeirados dos pés às cabeças.

O lugar era ainda mais frio, e tive que dormir de casaco - aquele que eu usava no Canada quando fazia -20. Na verdade devia estar uns -20 lá fora, hehehe....O que eu nao entendo é como os (poucos) bolivianos vivem nesse ambiente o ano todo. Um ou dois dias de sofrimento a gente aguenta, mas coitada dessa gente que vive ae!

DIA 3 - Sexta 30/07: O Mal Humor e a Fronteira

O dia começou igual ao anterior. De madrugada e frio. A falta de estrutura, com a qual eu até entao lidei muito bem, finalmente me afetou. Nao demorou muito para que R viesse dizer que eu estava "chata". Em chileno, estar chata (le-se tchata) significa estar de mal humor, de saco cheio das coisas. E sim, eu estava bem chata. Nessas alturas da viagem eu queria fazer xixi sentada, lavar as maos e nao sentir dor por isso - agua congelando dói! - além de poder sair do jipe sem ter que colocar um gorrinho, cachecol e jaqueta, tudo pra me proteger do vento maldito.

A 4935 metros de altura - nosso recorde - o vento é muito forte. Ali vimos os tais geisers (le-se gáizer), que deixaram as malas com cheiro de enxodre. Aooo delícia! Mas foi interessante. Depois fomos a umas tais águas termales. Uma piscininha com água quente. Nada muito impressionante para quem conhece Caldas Novas, a suposta maior instancia hidrotermal do mundo - aoooo complexo de grandeza!!! Hahaha... A paisagem tava legal. Nao entrei na tal piscininha, mas fiquei pensando que, aonde tem água quente saindo da terra, ali tem vulcao. Adormecido ou nao.

A parada final foi a tal Laguna Verde, essa sim impressionante. No é de um vulcao, a cor esmeralda do lago é ma-ra-vi-lho-sa. Uma pena que eu realmente estava chata. Desci do carro, bati umas 5 fotos e voltei. Preferi admirar tudo dentro do meu lugarzinho confortável - nessas alturas eu sentava na frente.

Há 12km dali, a fronteira com o Chile. Foi a hora de despedir da gringolandia, dar uma gorgeta (10 mil pesinhos chilenos) para o Walter e entrar na van que nos deixaria em San Pedro de Atacama. A diferença Chile x Bolivia é óbvia na fronteira mesmo. Do lado do Chile tem asfalto e sinalizaçao. Do lado da Bolívia nao.

San Pedro de Atacama estava há 45km de pura descida. Se a fronteira estava na casa dos 4mil e tantos metros de altura, San Pedro está a 2500. No limite da dignidade, como eu mesma disse. Mais do que 2500 é quando as pessoas começam a passar mal. E de passar mal por altitude eu agora também entendo!

San Pedro é uma cidadezinha bem currutela, mas fofa. Lembra muito Pirenópolis. As casinhas pequenas, as lojinhas, restaurantes e tal. Encontramos logo um hotel e, depois do almoço, pra lá fomos, tomar um merecido - e necessário - banho e descansar um pouco.

Amanha já compramos o esquema de ir visitar o tal Valle de la Luna. Essa parte do mundo tem duas características básicas: este é o deserto mais árido do mundo, e também oferece os melhores observatórios de estrelas que existem. A NASA tem um observatório aqui. E amanha eu e R vamos passar a tarde vendo mais deserto, pedras e depois, com sorte, a Lua.


É isso por enquanto... post grande né? Eu avisei... Mas infelizmente resumi bastante. É difícil descrever as emoçoes provocadas numa viagem dessas. As fotos ajudam a dar uma ideia da coisa, mas só quem viveu isso mesmo para saber.

Shabat Shalom....

terça-feira, 27 de julho de 2010

Diario de Bordo No. 2 - Rumo ao Salar de Uyuni

Os ultimos dois dias foram bem tranquilos. Domingo fomos ao churrasco na casa dos pais da Monica (esposa do Patrick) e passamos a tarde por lá. Fizemos novos amigos também. O povo bolivianos é muito acolhedor e hospitaleiro. R me disse que nao pensava que lhe fossem tratar tao bem, hehehe... Outra coisa boa dos bolivianos é que sao bons pra negociar. Voce chega pra comprar um presentinho...e pergunta o preço...ae eles dizem, "20 bolivianos...mas te faço a 15". Voce deve estar pensando que isso é normal, né...mas nao! No Chile é o oposto...nego lá nao gosta quando voce pede desconto.

Segunda passamos batendo um pouco de perna pela cidade. Fomos ao Mercado de las Brujas - meu lugar favorito aqui em La Paz - e tambem aproveitamos para comprar o pacote do Sala de Uyuni (deserto de sal). Compramos umas coisinhas e almoçamos num restaurante tailandes por 30 bolivianos (menos de 10 reais). Pensa...comemos salada, sopa, prato principal e sobremesa por esse preço. Tudo fresquinho, gostoso e num ambiente muito bem decorado.... tem coisas que só a Bolivia faz pra voce.

A tarde aproveitei para trabalhar um pouco. Entrevistei o chefe de imprensa do canal do governo. Coisa pra minha dissertaçao. Foi uma boa entrevista, mas tive que me segurar para nao interrompe-lo, discordando. A toda hora me lembrava que me papel era ouvir, e nao discutir.

Hoje é dia de preparar a viagem. Saímos para Uyuni as 7 da noite e a idea é chegar lá amanha cedo. As 12, se tudo der certo, saímos para o deserto, e aí estarei incomunicável por 3 dias, até chegar em San Pedro de Atacama, no Chile. Essa viagem do Salar tá me deixando nervosa. Nao sei, acho que to velha... a coisa toda é bem primitiva. As acomodaçoes nao tem agua quente - o que significa no minimo 2 noites sem banho! Já comprei lencinhos umidecidos pra dar uma amenizada na situaçao. Fomos avisados da possibilidade de haver bloqueios de campesinos na estrada, fazendo com que a coisa toda mele. Ou também que o jipe pode quebrar. É tanta coisa pra dar errado que eu quase desisti da idéia. Mas me deu vergonha desistir, assim que hoje (terça) as 7 da noite, nos jogamos nessa aventura. Oraçoes e rezas sao bem vindas.

Quickies:

* R continua dormindo mal - por causa da altitude. Eu até durmo mais ou menos e, graças a Deus, depois de sexta nunca mais passei mal.

* 4 dias no hotel aki deram um total de 100 reais pra cada um.... atoron pagar barato! hehehe

* Comprei um gorrinho de alpaca. Ah, e luvas também.

* Emagreci. Por causa da altitude a gente tem menos fome e também enche mais rápido. Que bençao!

* Eu queria comprar metade da Bolivia, de tao barato de legal que sao as coisas aqui. Mas essa de mochilar faz a gente ir com calma. Simplesmente nao tem espaço pra muamba!


É isso, gente...fotos quem sabe no fim dessa semana, quando (se DEUS quiser) chegarmos em San Pedro.
Tomara que tudo de certo.

Suerte!

sábado, 24 de julho de 2010

Diario No. 1: Arica - La Paz...e o Mal da Altitude

Saimos de Santiago na quinta a noite. A sogra nos levou ao aeroporto e aproveitou pra me fazer tomar um anti gripal, hehehe....e foi uma boa ideia. Mas a viagem comeca a ficar interessante mesmo quando chegamos em Arica, uma cidadezinha do norte do Chile, na divisa com o Peru.

 R me disse que nosso voo Arica-La Paz sairia as 8 da manha do dia seguinte. Como chegariamos em Arica as 1 e tanto da madrugada, a ideia era ficar por ali mesmo em vez de ir a um hotel. Mas, ao chegar na tla Arica, logo vi na telinha de Departures que o proximo voo para La Paz sairia sim no dia seguinte, mas as 11.45 da manha! O fato eh que...quando vi isso, todos jah tinham tomado seus devidos taxis e, com excecao de um cafe, nao havia mais nada aberto  no aeroporto. R logo correu e falou com um tio garcom que trabalhava nesse cafe, e que ligou para um taxi  ainda nos recomendou um hotel. A impressao que ficou dessa cidade foi de que as pessoas realmente sao simpaticas.

A noite em Arica foi uma agradavel surpresa, apesar da gripe nao dar folga. Levantamos no outro dia cedo e fomos de volta para o aeroporto, que fica na frente da praia. Uma visao bonita. Mais interessante ainda eh que do aeroporto da pra ver o lado que jah pertence ao Peru.

Trinta minutinhos de voo e chegamos em La Paz. A paisagem eh maravilhosa. Imaginem que o aviao sai do nivel do mar e tem que subir mais de 4 mil metros em meia hora. A gente voa pertinha da montanha, e de quebra passa pelo maravilhoso lago Titikaka.

No aviao, ja quando aterrisamos, comecei a me sentir meio estranha, mas pensei que era exagero, psicologico, ou coisa da gripe mesmo. Saimos para o saguao da imigracao, e ali comecou. Pernas bambas, taquicardia, enjoo de estomago. Dizem que a cor sumiu do meu rosto. Realmente, foi bizarro. Assim que entrei no banheiro para vomitar, vi que tava parecendo um fantasma. Nunca achei que o baque seria tao grande.

O aeroporto de El Alto, em La Paz, fica a 4100 metro de altitude. A maior parte da cidade fica a 3660, um pouco mais baixo. No caminho ateh o hotel ainda tive que pedir pro motorista, educado e paciente, parar num acostamento para que eu pudesse, de novo, vomitar. Lindo! Jah no hotel, nos colocaram no 3o andar....lembrando que nao eh um hotel de verdade, e sim um albergue melhorzinho, o que significa qu nao tem elevador. Entoa imagina a criatura se arrastando 4 andares pelas escadas...de novo, Lindo!

R nao acreditava que a altitude lhe fosse afetar tanto. Achava qe eu exagerava quando falava do cansaco que se sente. Pra falar a verdade eu nao achava que iria sofrer tanto. Mas eh que da outra vez que estive aqui, vim de onibus....a subida foi lenta e gradual, entao no maximo senti o cansaco, mas nada de dor de cabeca, nausea e etc....

Nos jogamos na cama.... eu, com cara de quem ia morrer. Estomago enjoado, sem ar, com dor de cabeca e congestionada nas vias nasais. Lindo! R foi uma gracinha e desceu os 4 andares pra buscar chazinho de coca pra mim. A unica coisa que poderia ajudar na recuperacao. Ainda conseguimos tomar um banho e depois foi soh se jogar na cama de novo, pra dormir. Pois nao havia energia para absolutament mais nada! E assim foi a primeira tarde em La Paz. Entre cochilos e vomitos - muitos deles! - xicaras e mais xicaras de cha de coca.

Sexta a noite jah estavamos melhor, mas bem mesmo soh hoje, no sabado. Acordamos cedo, tomamos o bom cafe do albergue, e fomos dar uma volta no centrao velho de La Paz. Gente, pensa na muvuca....pensa em quando a Av. Anhnaguera (em Goiania) era cheia de camelo e imagina aquilo 10X pior. Pensa em todo mundo com cara de indio, falando uma mistura de Aymara com espanhol. Soh com muito relativismo cultural par achar bao neh!

Nem deu tempo de bater muita perna, pois o casamento do Patrick e da Monica comecava ao 12 dia. Conseguimos chegar pro amem - gracas ao coitado do taxista perdido - mas comparecemos para a festa toda, hehehehe. E teve muito bom. Sentamos com gente desconhecida e fizemos amizade. Nos trataram incrivelmente bem, Comi, dancei, conversei...uma delicia. Me emocionei tambem quando vi o Patrick chorar... tadinho! Chorei junto, hehehe...

Enfim...gracas ao cha de coca e ao repouso, conseguimos passar uma gostosa tarde em La Paz. Agora a pouco saimos para jantar. A cidade realmente eh interessante...tem essa mezcla de subdesenvolvimento que te faz querer chorar, com uma vibe exotica, e ainda uns bairros bem chiques aonde mora os que nao tem cara de indio.

Amanha levarei R ao Mercado de las Brujas, uma rua bem legal. Depois tem churrasco na casa da Monica. De agora em diante a coisa vai ser soh alegria - espero!

=)



P.S. Nao deu pra colocar fotos nesse post... pq a maquina tah lah em cima e eu nao vou subir os 4 andares soh pra ir buscar isso, hehehe....fica pra proxima.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Saindo de Férias

Mala praticamente pronta. Saco de dormir, roupas quentes, blusas, calças, calcinhas e meias. Claro, minha farmácia particular também. Dinheiro, passaporte, cartao de crédito, cartao internacional de vacinaçao. Passagens impressas, endereços também. Tudo parece estar em ordem. Só falta ir...

Enquanto isso repasso, pela milésima vez, o roteiro. O que fazer quando chegar em tal lugar, em que bolso está a maquiagem, e em qual repartiçao da mochila - sao tantas! - eu coloquei o carregador de pilhas. A TV tá ligada, mas eu nao presto atençao. A garganta já nao dói mais - amém! - mas a cabeça ainda incomoda. Nao dormi quase nada a noite. Deve ser o corpo dando recado de que cansou de ficar deitado sem fazer nada nesses últimos dias. Enfim, o jeito é deitar de novo, tentar tirar um cochilo e rezar pra hora passar logo.

Nao vejo a hora de ir ao casamento do Patrick (em La Paz), entrevistar o amigo da Monica sobre o assunto da minha dissertaçao (também em La Paz), caminhar pelo salar e lamber o chao, só pra saber se é salgado mesmo e, claro, nao poderia faltar, admirar a grandeza do céu do Atacama. Duas semanas aonde provavelmente nao dormirei muito bem, e comida também nao tenho muitas esperanças de que vai ser maravilhosa. O que importa é a aventura. Sair desse frio, dessa rotina, dessa paisagem. Nao que eu nao goste... mas eu preciso dar um tempinho de Santiago, pra voltar daqui uns dias com as baterias recarregadas e cheia de vida de novo.

Wish me luck, y'all... tentarei atualizar o blog o máximo possível!

sábado, 17 de julho de 2010

Sobre a Natureza e Expiaçoes da Alma

Ontem a noite, depois de um dia de feriado bem divertidinho, eu e R nos juntamos a Monsenhor Ariel e seu novo affair para ver um filme. Aqui em casa temos o luxo de montar um cineminha bem legal. Na porta (de vidro) que dá acesso a área colocamos um telao enorme, que cobre tudo. Usamos o datashow pra projetar o filme e conectar com o som - surround, espalhado pela cozinha e sala. O resultado é bem legal.

Já o filme de ontem foi Into the Wild (2007)...nao sei o nome em portugues. Baseado em fatos reais de um jovem que, ao terminar a faculdade, doa td seu dinheiro para uma instituiçao, muda de identidade e sai perambulando pelos EUA, com o objetivo de chegar ao Alaska. Vira andarilho por opçao, com o objetivo de negar o materialismo da sociedade. Na trama fica claro que, seu objetivo real era mesmo expiar seu passado, de dor e mágoas. E isso me fez pensar... afinal, a maneira como é filmado, te convida a isso. Muitas imagens com música e sem fala...espaços que permitem a divagaçao dos pensamentos.

Apesar de achar que o protagonista era meio troxa, me relacionei com ele em dois ponto específicos. O primeiro é que ele viajava sozinho. Numa certa altura chega a dizer que a felicidade da vida nao vem das relaçoes humanas, e sim dos lugares aonde nos sentimos verdadeiramente livres, na natureza. A segunda é que o grande motivo do seu "sumiço", como explicado acima, era a busca dessa expiaçao do próprio passado.

Eu já viajei muito sozinha, e confesso que gosto. Discordo do menino. Por experiencia própria sei que as relaçoes humanas oferecem um grau de prazer e felicidade incomparável ao prazer derivado de estar no topo de uma montanha. Na verdade nem sei se vale essa comparaçao. Sao coisas completamente distintas. Já dizia Allan de Bottom, no livro A Arte de Viajar, que estar em presença de certos lugares que a natureza oferece, lugares grandiosos - um deserto, montanha, bosque - pode provocar em nós uma sensaçao avassaladora. A grandeza de certas paisagens naturais tem o poder de nos lembrar o quanto somos pequenos, e sentir isso é incrível. Quase indescritível. Lembro muito bem de quando estive no lago Titikaka, no lado boliviano, em 2008. Foi exatamente o que eu senti. Eu acordo todos os dias e, ao olhar pela janela, me deparo com o cerro Plomo, um morro de quase 5 mil metros na cordilheira dos Andes. Apesar de estar acostumada a esta paisagem, ela ainda me provoca sensaçoes de admiraçao e respeito. De fato, a natureza nos oferece a chance de nos sentirmos pequenos e confrontar-nos com nossa própria pequenez existencial. Masa outra parte da equaçao de se sentir vivo deriva das relaçoes humanas. Aonde o ser humano se reconhece ou se desconhece. Porque já dizia a professora Sueli, da aula de Antropologia I, que nós nos conhecemos através dos outros.

O segundo ponto, o da viagem como expiaçao, me fez lembrar da minha viagem à Bolívia em 2008. Este foi o exato propósito de tal jornada. Expiar um coraçao quebrado. Toda a viagem foi devidamente relatada nesta blog, sendo este o último post do diário. Em 8 dias eu, Kell e Chu, cruzamos a Bolívia de ponta a ponta, encarando o tal Trem da Morte, Onibus que paravam a meia noite em acostamentos - para que as pessoas, incluso eu, pudessem fazer xixi - muita pobreza, muambas baratas, comidas na rua - que eu provei, apesar do medo - e outas muitas aventuras.

Longas horas na estrada, na companhia de uma dúzia de músicas do celular da Kell - porque eu descuidei e perdi o mp3! - os pensamentos deram muita volta. Voltaram ao passado, reviram cenários, buscaram respostas e soluçoes. Era como se eu buscasse a racionalizaçao de tudo para poder entender e aceitar. No dia passado no lago Titikaka, com a companhia da guia turística (exclusiva pra mim) e do tio que dirigia a lancha, foi a hora de sentir isso que eu falei nos parágrafos acima sobre o que a natureza provoca. Nunca vi água tao azul, contrastes de cor tao belos. Eu naveguei no lago mais alto de mundo, respirei um dos ares mais secos do mundo. E ali os demonios e fantamas do meu armário pareceram me dar uma folga. Já nao importavam mais. Secaram ou morreram sem ar, nao sei. Só sei que voltei a La Paz de alma lavada!

Óbvio que eu também sei que, ao voltar para Goiania, persisti no meu erro anterior. Em Goiania os demonios e os fantasmas voltaram a viver, como zumbis persistentes que se recusavam a morrer. Estavam bem enfraquecidos, sim, mas estavam ali, parasitando minha vida. Levou-se ainda alguns meses até que todos perdessem a batalha e eu reencontrasse meu verdadeiro eu, me redescobrisse. Nao foi fácil. Mas o sabor da vitória final foi tao delicioso que ainda o sinto!

Nesta semana próxima vou de volta a Bolivia. Primeira parada em La Paz, e depois para dois desertos - Salar de Uyuni e Atacama. Dessa vez viajo em paz, por puro prazer. Com uma companhia leve e gostosa. Confesso que receio nao achar tanta graça assim, hahaha...nao que eu queria expiar nada, mas...depois de tudo o que Bolibia 2008 representou, Bolivia 2010 será uma viagem totalmente distinta, e estou feliz por isso. Em 2008 eu buscava a cura...e sei que estar ali foi um primeiro passo. A companhia da época nao poderia ter sido melhor. Em 2010 eu busco a diversao, a leveza e nada mais. Dessa vez a natureza pode até me lembrar de quanto sou pequena.... mas a relaçao humana que me acompanhará - supostamente - será a responsável por lembrar-me que grande ou pequeno sao conceitos sempre relativos.

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P.S. Post escrito num sábado de manha....sem influencia de nenhuma droga, nem cafeína!

sábado, 10 de julho de 2010

Tecnologia e Moda

Se tem uma coisa que eu odeio, é sair pra comprar roupa. Mais ainda aqui no Chile. E ontem era um daqueles dias que eu saí pra comprar roupa. Claro que, quando isso acontece, é porque as coisas estao no limite. Minhas duas jaquetas estao super velhas e usada - só faz 3 anos que eu uso a mesma jaqueta, hehehe! - e também queria uma calça que nao fosse jeans, dado que em duas semanas viajo para dois desertos. Entao lá fui eu, para a triste missao que me aguardava.

Rodei as principais lojas do shopping. O Parque Arauco (shopping aqui do lado) tem 3 mega lojas de departamento, essas do estilo C&A, só que bem maiores. Fui nas 3. Rodei também o shopping inteiro. Cheguei à conclusao de que, estranhamente, a maioria das vitrines sao feitas para chamar a atençao masculina. Comparado com minha ex realidade (leia-se Goiania), ou os homens chilenos comprar muito, ou as mulheres comprar tudo para eles. Nao sei. E acho que já falei disso aqui antes.

Ok, mas vamos ao que interessa. Eu saí com a missao de comprar uma jaqueta e uma calça, rodei lojas, experimentei roupas. Xinguei (mentalmente) as mulheres chilenas por seus gostos e tamanhos. Elas sao baixinhas e sem bunda. Aqui eu sou alta e claro, com perna e bunda sobrando. Praticamente um ET. Ah, e outra...a moda chilena é super conservadora. O que há de mais informal é a maldita calça jeans. Ou seja, uma calça informal, que nao fosse jeans, mas também nao fosse pijama nem calça de malhar, é praticamente impossível de encontrar. Ah, velhos tempos em que eu ia na Wollner e tocava o terror! Saudade dessa loja. Na Hering também comprei coisas boas, mas a Wollner sempre foi tudo o que eu queria. Calças, blusinhas, shorts, até vestido eles tinham! Tudo com a minha cara. #Saudades
Fui encontrar o que eu queria numa loja chamada Doite, que é uma espécie de North Face chilena. Muito boa a Doite. Sempre gostei da loja. Tem tudo quanto é tipo de roupa pra quem sobe montanhas - nevadas ou nao - e se mete em locais inóspitos. Roupas com tecnologia, e isso eu adoro. Comecei a gostar de roupas assim, "tecnológicas", quando fui pela primeira vez um outlet da Nike em Williamsburg e...bem, toquei o terror, hehehee. Comprei vários tenis e uma calça muito massa. Roupas que tem tecidos especiais, aberturas estratégicas. Depois, mais tarde, encontrei essa mesma filosofia na Lululemon, no Canadá. O negócio com essas roupas é que...sao caras! Na Wollner também era assim e, na Doite, nao foi diferente!

Por isso que eu dei chance pras lojas do povao. Mas depois de muito comparar os preços e os produtos, decidi que eu gastaria um tanto a mais, é verdade, mas compraria exatamente o que eu tinha vontade, com a vantagem de saber que os produtos eram bons e eu poderia usa-los muito tempos. Maldiçao... por que eu nao gosto de coisa barata?  =/

Entrei na Doite, fiz o vendedor achar as calças e jaquetas que eu queria. Experimentei todas, em diferentes cores e tamanhos. Sim, mais de um tamanho me serve...e aí temos outro dilema. Escolhi o que eu queria e ainda comprei uma blusa - tipo segunda pele - maravilhosa. É uma manga longa, parece normal, mas é mais quente que qualquer blusinha brasileira. To falando, é a tecnologia. A calça é completamente impermeável, a segunda pele esquenta bastante e é feita de um tecido sintético mara...e lindo! A jaqueta, também é impermeável, além de ter opçoes de ajustes nas mangas, capuz removível e velcros em lugares estratégicos. Todo o conjunto ficou lindo....e bem caro. Mas paguei feliz...porque quando eu apaixono na roupa, já era!

E é isso...voltei pra casa com aquele sentimentozinho de culpa que sempre me dá depois que eu gasto tanto dinheiro em roupa, mas também satisfeita. Saí a noite com minha nova blusinha quentinha e vi que a decisao havia sido a melhor. E viva a tecnologia dos panos!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Goianices

Eu só queria deixar registrado que hoje, durante a aula de Português, eu ensinei minha aula a dizer: "você pulou o corguim de ré!".

Na próxima eu ensino, "aoooo saudade do meu Goiás!".






P.S. Aceito sugestoes de outras falas/expressoes/gírias que eu deva ensinar.

Adia

Hoje, sem querer, ouvi a música Adia, da Sarah McLachlan. Há uns dois anos mais ou menos eu parei de ouvir tal cançao, uma vez que já nao me provocava bons sentimentos. De fato, provocava o oposto. Porque eu sou assim...músicas, lugares, cheiros e gostos me trazem lembranças, às vezes tao fortes que chega a ser impossível (ou quase) desvincular um do outro. Entao, de vez em quanto eu acabo tendo que parar de ouvir certas músicas, comer certas coisas, ou passar por certos lugares. Louca? Obsessiva? Talvez... mas é assim que eu funciono.

Adia tocou no rádio enquanto eu preparava a aula de portugues de hoje a tarde. Parei de trabalhar para ouvir e prestar atençao na letra. A história de Sarah, quando escreveu essa música, é interessante. Ela se desentendeu feio com melhor amiga - porque começou a sair com o ex da amiga! - e cada uma foi pro seu canto. Sarah, sentindo-se muito mal com tudo isso e, como disse numa entrevista, incompleta sem a presença da outra, escreveu a cança como uma forma de pedir perdao. É até bonitinha a história. Acho lindo quando as partes se reconciliam e é de verdade, e fico feliz por Sarah. Mas nao posso concordar com uma frase da letra que diz, "we are all innocent, believe me Adia". Eu mudaria para, "we are NOT innocent". Porque raramente alguém é inocente. No entanto, é necessário uma grandeza de caráter e espírito muito grande para admitir, de verdade, as próprias faltas, a própria culpa...e nao só isso, mas buscar mudar o que se fez de errado. Meu eterno respeito e admiraçao para as pessoas que um dia já fizeram isso.

É isso...Sarah casou com o ex da sua amiga. Se reproduziu e viveu feliz para sempre até o ano passado, quando se divorciaram. Vai saber porque...

Quanto aos melhores amigos...sinto saudade dos meus. Especialmente agora que um está para casar. Infelizmente nao posso atravessar o oceano para estar ali com ele. Enquanto isso, viva a tecnologia que nos permite um contato diário.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Texto Bonitinho

Ando sem tempo e sem inspiraçao pra blogar - mesmo porque contar que fui num restaurante indiano delicioso interessa à pouco, né! Entao vai aí um texto que eu achei super legal. Voltarei em breve, assim que terminar de entregar todos os papers do fim do semestre!


Muita gente está assustada com a possibilidade de se envolver e perder a liberdade conquistada. De um lado as mulheres buscam homens mais compreensivos, de outro, os homens querem mulheres menos possessivas. O mesmo acontece no trabalho, um profissional que não está atualizado, disposto a desafios e apto para mudanças é, rapidamente, substituído por outro.

O fato é que, se queremos viver um relacionamento gostoso, porém verdadeiro, seja no casamento, namoro, ou em poucas horas, devemos aprender a nos aceitar como somos e olhar para o companheiro como um caminho para o crescimento. Estar com alguém plenamente é a possibilidade de vencer o medo da entrega e de se conhecer no íntimo.
Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma, no qual, cada um de nossos movimentos é mostrado, sem a mínima piedade. E, é aí que começa o inferno... Ao invés de encarar a verdade e de ver a imagem temida do verdadeiro “eu”, tenta-se quebrar o “espelho”. Como? Fugindo da intimidade, culpando o outro, não assumindo as próprias responsabilidades e desacreditando o amor.
Viver com quem se ama não é apenas uma oportunidade de conhecer o outro, mas é a maior chance de entrar em contato consigo mesmo. Apenas quando nos vemos é que percebemos o medo de nós mesmos e nos aceitamos como realmente somos. Começamos, então, a nos capacitar para o amor.
O único jeito de amar é buscando a sinceridade. Infelizmente, com o passar dos anos o amor tem sido muito mais estratégico do que espontâneo. Nas revistas femininas via-se muito esse tipo de atitude: “se ele fizer isso, faça aquilo”, o que foi minando a espontaneidade do amor. Nós temos que redescobrir a forma de amar, a naturalidade do relacionamento amoroso. As pessoas precisam ter interesse genuíno no outro.Todas as maneiras de amar devem ser naturais. Quem fica estudando demais o outro, “mata” a possibilidade de amar alguém. O mundo é feito de absurdos e encontros, os absurdos fazem parte, porém, devemos entender que é possível ser feliz, acreditando dia a dia na naturalidade dos sentimentos.
Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação; e ele respondeu: “Um cachorro”. Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou: “Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d’água. Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. O cachorro, então, fez cara de assustado, e a imagem o imitou. Ele fez cara de bravo e a imagem o arremedou. Então, ele fugiu de medo e ficou observando, durante longo tempo, a água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente. Em um dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede.

Desde então, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com imagens que eu ficava projetando nos outros”. Esse é o ingrediente básico para o amor, o autoconhecimento. Projetar nossos desejos ou nossas “fobias” no outro, apenas causa uma relação de dependência ou doentia, como o desenvolvimento do ciúme ou competição.

domingo, 27 de junho de 2010

Resposta aos Comentários do Post Anterior

Caro Anônimo: tenho o maior interesse em lhe responder, e prometo que o farei assim que obtiver mais informaçoes, do tipo...o seu nome. Agradeço pela audiencia - eu sempre acho que só família e amigos lêem isso aqui - e pelo comentário. Me pareceu inteligentemente construído, o que desperta meu interesse em continuar o diálogo. Caso também esteja interessado, favor escrever para: ylanagracielli@gmail.com

Espectador de Quebraçao de Barraco:  Eu e Kell sempre discutimos, sim. Ela tem argumentos ótimos e sabe levar uma boa discussao. Por isso nunca brigamos, só trocamos idéias mesmo, por mais diferentes que sejam.

Kell: Nao gostei nada da idéia do Chile jogar com o Brasil na segunda. Eu tava torcendo pros Brasil (óbvio!), Chile e Estados Unidos. Ontem os EUA já se foram, e segunda é meu Chilito que vai. R disse q nao quer assistir o jogo comigo, mas eu falei que isso é imaturidade, hehehe...Vou tratar de fazer uma boa comida e tentar amenizar a situaçao, hehehe...

Enquanto isso, a rotina continua a mesma... a gente levanta, toma café e assiste futebol. Dá um tempo pra almoçar e volta a assistir futebol. E como agora tá começando o jogo Inglaterra X Alemanha, lá vamos nóis...

=)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eu, a Filha de Satan

Aconteceu na quarta. Me chamaram pra ajudar numa tal eleiçao pro Senado da universidade. Sim, a Universidad de Chile tem um Senado...tanto de professores quanto de alunos. O coordenador me pediu pra ser a presidente da mesa e eu, sem graça de dizer nao, disse que sim.

Cheguei no bom humor de sempre. Achei bom que nao ia ficar lá a toa, sozinha. Tinham mais dois alunos do primeiro ano. Pensei que seria uma boa oportunidade para conhece-los melhor, bater-papo, falar de futebol. E antes de começar os trabalho, fui votar - já que eu tinha que votar. Como nao conhecia nenhum dos candidatos, perguntei pra menina quem era quem, e ela me explicou. Vendo a lista enorme, resolvi encurtar, e fazer uma piadinha pra quebrar o gelo. Disse, "me fala só os candidatos da direita, porque nao vou votar em ninguém de esquerda". Boom! Foi como passar em cima de uma bomba terrestre.

Pra encurtar um pouco, deixa eu dizer que aqueles dois, tanto Menina quanto Menino, dentre os quais tive que ficar sentada, sao dois esquerdistas. A priori isso nao importa. Esquerda, direita...preto, branco...gay, hétero...e daí? E daí que eu aproveitei o nojinho deles comigo pra me divertir. Passei todo o tempo provocando os comunistas tontos.

Em geral evito esse tipo de briguinha, porque sei leva a lugar nenhum. Eu acho que o Estado deveria ser reduzido e limitar-se a certas atividades. Eu nao gosto de pagar impostot, principalmente quando eles nao voltam pra mim - nem pra ninguém. Eles acham que o Estado deveria ser o pai da naçao e, para que isso seja possivel, todos tem que pagar impostos...e felizes por isso! Eu disse que lugar de polícia é na rua, protegendo  os cidadaos. Eles disseram que nao. Que os policiais sao todos trouxas mau educados. Eu disse que ninguém tem incentivo de ir pra rua com a família caso "a rua" nao seja segura. Eles revidaram argumentando que os delinquentes só tomam os espaços públicos quando as pessoas nao-delinquentes nao estao. Ou seja, uma vez que nós, nao-delinquentes, sairmos e ocuparmos os espaços públicos, "a rua" será mais segura. Ainda acrescentaram que em Bogotá conseguiram reduzir a violencia assim - claro, faltaram detalhes de extamente como conseguiram. Eu perguntei se algum deles já tinha ouvido falar no nome Rudolph Giuliani e na política de Tolerancia Zero, que mudou a cara da criminalidade de Nova York - ao reduzir drasticamente os números. Nao, eles nao tinham idéia de quem era o Sr. Giuliani.

A coisa nao parou por ae. Logo entramos no assunto dos déficits fiscais da Europa - o Menino é italiano, coitado - Israel, Palestina e o bloqueio à Faixa de Gaza e claro, nao podia faltar, meu estudo de caso da minha dissertaçao, a nacionalizaçao (expropriaçao) de empresas privadas. Eles, comos se esperava, sao a favor. Eu, como também se esperava, sou veementemente contra.

A discussao foi divertida. Se decido a entrar no bate-boca, com certeza me divirto. Adoro quando me desafiam a pensar, articular idéias. E confesso que ontem entrei nessa onda para me divertir e nada mais. Uma vez cumprido nosso dever de estar ali e receber os votos, Menino e Menina, para mim, voltariam a ser a mesma pessoa. Eu os trataria tao bem quanto antes. Claro que teria já aquela idéia na cabeça de, "essa gente é de esquerda", mas nada mais do que isso. No entanto.... a recíproca nao é verdadeira. Menina e Menina se envolveram emocionalmente na discussao. Ficaram vermelhos, levantaram vozes, viraram os olhos naquele gesto de quem quer dizer, "burra, idiota!". Era visível seu desconforto e, ao final de tudo, tinham plena convicçao de que eu era a filha de Satan. Hahaha! Quem me dera ser gostosona igual a Elizabeth Hurley (essa ae da foto).

Fiquei com isso na cabeça. Percepçoes sao coisas difíceis de mudar. Pensa...essa gente agora vai me encontrar no corredor do IEI e a primeira coisa que vao pensar vai ser, "ih, lá vem o satanás...quer dizer, a filha!". Vao evitar de olhar, que dirá conversar. Como eu sei? Porque hoje começou....
Eu me importo? Nao muito. Só acho triste esse tipo de atitude. Prova que essas pessoas que tem uma verdade muito verdadeira sao as mais difíceis de lidar, as mais ignorantes no fim das contas. Ignorantes das outras idéias, das outras possibilidades. E com isso nao quero dizer que eu estou certa. Eu entrei no bate-boca pra me divertir, mas é claro que estava disposta a ouvir bons argumentos e fatos. Estes sao independentes de posicionamento político. Eu os escutei, considerei e ponderei as idéias apresentadas. Eles nao devolveram com o mesmo comportamento.

Tá, chega... ficou um post meio reclamao, apesar de que era pra ter sido engraçado. Continuo com dó de Menino e Menina...tadinhos! Superioridade? Nao... dó de gente que nao sabe ouvir, só isso.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mereço ou Nao Mereço?

De vez em quando na vida a gente tem uns insights. Em geral sao pensamentos aparentemente simples, mas que  explicam muita coisa. Ontem,  durante o jogo que raquetebol, tive um.

Lá pelas tantas, R vira pra mim e diz: "Voce tá acabando comigo. Tá ganhando de 14-3". Eu perguntei, "Ce tem certeza?". É verdade, eu nao tinha idéia do placar. Nao conto os pontos. Só rebato a bola e tento destruir a jogada do adversário. O resto é consequencia. Essa é minha tática no jogo. Pero, comentários esportivos à parte, o fato é que logo depois do anuncio de R que eu estava a ponto de fechar o set (que acaba em 15 pontos), eu comecei a perder. Consegui errar todas as bolas até o empate 14-14. Eu sabia que isso ia acontecer. Todas as vezes que essa criatura (R) me avisa que estou ganhando, e por uma diferença grande, eu começo a perder. Fiquei com raiva de mim mesmo. Achei absurdo. Como alguém tá ganhando um jogo por mais de 10 pontos e consegue deixar empatar? Tsk tsk tsk....

O insight veio daí. Comecei a me perguntar porque eu permiti o empate. Falta de técnica? O jogo de R melhorou? Nao. Eu claramente havia sido melhor até aquele momento. Mais 1 minuto e teria ganhado o jogo sem perceber. Entao o que era sobre a declaraçao "voce está ganhando" que me desequilibrou?

Lembrei do livro Os Segredos da Mente Milionária. O autor repetiu mil vezes que as pessoas tem uma "programaçao mental", essa coisa subconsciente, que acaba levando alguns padroes se repetirem. Por exemplo, de acordo com ele, tem gente que tem uma programaçao mental contrária a ganhar dinheiro. Eu achei que o argumento - bem mais desenvolvido no livro - tinha sentido. E comecei a conjecturar que era provável que a minha programaçao mental fosse de que eu nao merecesse ganhar, e por isso "amarelei" e deixei R empatar o jogo.

Agora pensando na questao de merecer. Isso, além de ser algo da personalidade, portanto um elemento essencialmente psicológico, tem muito a ver com cultura. A cultura protestante-calvinista dos imigrantes dos Estados Unidos influenciou demais sua relaçao com o dinheiro. Para eles, a prosperidade era a própria bençao divina. Já os católicos....bem...sabemos que, por diversas razoes, o papo oficial era de que a prosperidade (dinheiro, grana, dim-dim) era pecado. O ser humano nao merecia isso. Antes de qualquer crítica, quero deixar claro que reconheço o reducionismo dos argumentos. É claro que cada idéia dessa é muito mais complexa e eu sei que o buraco é mais embaixo. Mas isso é um blog, e nao uma revista academica.

Ok, recapitulando...entao eu tava jogando e tive um insight. Entendi, por tanto, que é possível que eu esteja me auto-boicotando. Em algum lugar da minha cabeça cheia de minhoca tem uma voz, absolutamente inconsciente, mas ainda sim presente, que diz: Voce nao merece ganhar. E já pensaram nas consequencias de achar que voce nao se sentir digno de receber alguma coisa? É muito sério isso! Basta  voce começar a ser bom em alguma coisinha e lá vem voce mesmo se atrapalhar. O raciocínio vale para qualquer aspecto da vida, ok?

O placar do jogo, que tava 14-14, fazia com que o set fechasse só em 16. Respirei fundo, me concentrei e fiz os dois pontos que faltavam. Ainda fomos ao RubyTuesday comer quesadillas - nossa comida preferida pós-jogo - mas nao parei de pensar. Foi quando decidi que, apesar de toda a vontade de ser justa e ética, vou começar achar que mereço as coisas. Sim, eu mereço...mereço ganhar de R no racquetball, mereço ser amada, mereço trabalhar com alguma coisa que eu goste...enfim, mereço ser feliz!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Inverno, Copa e Improdutividade

Sim, o título do post reflete meu estado de espírito atual. Essa mistura de inverno + copa do mundo, fizeram com que minha produtividade, tao em alta nas últimas 3 semanas, sofresse um belo de um revés. Ploft. Mas tudo bem....o bom de ter vivido a vida hippie é que deixei as coisas bem organizadas, o suficiente para nao me sentir tao culpada assim nesses dias de lerdeza. O primeiro capítulo da dissertaçao tá pronto e corrigido - no papel, pelo menos. O resto é fácil.

Sobre a copa...eu to adorando. Minha roomate Lindsey disse que agora está vendo minhas raízes brasileiras de verdade, hehehe. Será que é porque eu aprendi a dancinha do WakaWaka? Ou por que fico o dia inteiro vendo futebol? ....E ainda no mesmo assunto...quem sofreu horrores naquele joguinho do Brasil com a Corea do Norte levanta a mao!!! \\o//   .... O mais engraçado até agora foi ver os chilenos comemorarem a primeira vitória como se tivessem passado pras semi-finais! Gé-Zuis... se eles, por uma zebra, chegarem até a semi ou a final, metade da populaçao tem infarto, certeza!

Mudando de esporte... hoje é dia de voltar a jogar raquetebol. Eba! Depois de mais de mês parada, e louca pra estrear meu novo uniforme e material - raquete, óculos e luva, que ganhei de R - the wait is over! To até vendo que no meio do jogo estarei com meio metro de língua pra fora, moooorrrrta de cansada.

Ah, agora lembrei porque eu comecei o post...que acabou indo por um lado absolutamente nada a ver. Tava futricando na net e achei essa notícia: Vinho Tinto Pode Evitar Ganho de Peso em Mulheres. Amém por isso, irmaos!!! Que ungida notícia! Saca só: "Durante 13 anos, elas foram acompanhadas pelos pesquisadores, que notaram que aquelas que faziam parte do grupo que não consumia bebidas alcoólicas foram as que mais engordaram". Tá vendo, meu povo? A resposta é o vinho! A quem interessar possa, a notícia está aqui. Curtinha e boa, hehehe... Depois dessa, a idéia é continuar com minha saudável prática de desgustaçao de vinho, sempre aos finais de semana - e ocasionalmente no meio da semana. Te falar, viu...menos de 2 anos no Chile e eu já me sinto quase enóloga. O suficiente pra pagar de entendida...ui....#LOL




Ok, chega...deu fome.
 
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