terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sabedoria de boteco, acompanhada de uma leve dor de cabeça

Minha cabeça dói. E já fazem algumas horas que assim é. Resolvi nao tomar remedio. Coisa rara, pois eu sempre apelo e logo tomo remédio. Mas hoje nao. Hoje eu resolvi aguentar a dor de cabeça...

Sem muito o que fazer passo o olho no meu blog. Que desinteressante, penso. Talvez porque eu tenha resolvido parar de contar o que realmente se passa comigo. Sim, parei de expor muita coisa. Por que? ....sei lah...tem coisa que é melhor a gente nao falar.

Há dias venho querendo colocar umas citaçoes aqui. Das tantas leituras feitas neste passado recente, tenho anotado trechos de livros de teoria das Relaçoes Internacionais que, em minha opiniao, poderiam se aplicar perfeitamente aos indivíduos. Bem, grosso modo, as relaçoes internacionais nada mais sao do que relaçoes entre indivíduos de diferentes Estados. Ou seja, nada mais óbvios do que os relacionamentos apresentarem analogias.

Uma coisa que acontece muito na vida é a tal da incerteza. Raymond Aron, ao teorizar sobre a guerra, disse que "nunca será possível eliminar a incerteza que decorre da imprevisibilidade das relaçoes humanas". Mesmo que o indivíduo conheça todos os fatos, ainda existe espaço para o tal elemento surpresa. Aceitar esta idéia pode implicar em uma certa "liberaçao", fazendo com que a pessoa se liberte, pelo menos parcialmente, do medo daquilo que nao pode prever. Ou, pelo contrário, este medo pode ser completamente aprisionador (existe essa palavra?), pois sempre haverá quem nao tome iniciativa por medo de nao dar certo. Seja essa iniciativa relativa à vida pessoal, profissional ou quem sabe somente relacionado à iniciativa de fazer um arroz para o almoço.

Raymond Aron também colocou que "o insucesso é instrutivo porque é definitivivo e, por assim dizer, evidente". O que será que ele quis dizer com isso? O que o senso comum diria que "nao adianta queimar vela para defunto ruim"? O duro é saber se o defunto é, de fato, ruim. Ou até quando se pode apostar que uma situaçao de insucesso possa virar. Novamente esta idéia se aplica a várias esferas da vida.

Fecho a sessao das citaoes com Montesquieu, que em seu Espírito das Leis escreveu bem assim: "O direito das gentes se baseia neste princípio: as várias naçoes devem fazer-se mutuamente o maior bem possível, em tempo de paz, e o menor mal possível, durante a guerra, sem prejudicar seus genuínos interesses". Agora troque a palavra naçoes por pessoas, e teremos uma bela liçao de moral para relacionamentos humanos de qualquer espécie.

Tentando articular todas as três idéias apresentadas, eu diria que: a incerteza é inerente à vida e às açoes de todos os indivíduos, estejam eles conscientes ou nao deste fato. A taxa de sucesso advinda das açoes tomadas pelo mesmo, muito dirá sobre a habilidade deste indivíduo em lidar com os maiores ou menores graus de incerteza e, caso haja um superávit de insucesso, este deve ser visto como uma informaçao reveladora. No entanto, seja como for, as pessoas envolvidas devem, no fim das contas, ter em mente que na vida, de modo geral, deve-se buscar o maior bem possível quando estamos em paz, e fazer o mínimo possível de mal àqueles com quem nao estamos exatamente em paz.
Ok, ok....bem óbvia essa conclusao, né! Também achei, mas.... também pode ser revelador pensar sobre isso. No meu caso, me coloca pra fazer um balanço das minhas relaçoes, e a partir daí procurar possíveis soluçoes para problemas.

Racionalizei demais? Viajei demais?..ah, sei lah....deve ser esse tanto de teoria misturada na cabeça. Espero que tanta "viagem" de alguma coisa valha na próxima segunda, quando estarei em Sao Paulo fazendo a prova escrita da 3a. fase de seleçao para o mestrado do San Tiago Dantas.

That's all for now!

=)

1 comentários:

Tânia N. disse...

E tem sabedoria melhor?
Beijocas,

 
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